Lista | No Dia Nacional da Língua Portuguesa, relembre 7 clássicos nacionais adaptados para o cinema

Nesta sexta-feira (05 de novembro), é comemorado o Dia Nacional da Língua Portuguesa, data que foi instituída no Brasil no ano de 2006 em homenagem ao aniversário do escritor Ruy Barbosa, um dos maiores defensores da língua portuguesa no Brasil. Ao todo, somos mais de 250 milhões de falantes nativos em todo o mundo, o que faz dela a 5ª língua mais falada no planeta.

Para grande parte dos brasileiros, falar em Língua Portuguesa é lembrar de grandes clássicos da nossa literatura, que muitas vezes conhecemos no colégio e terminamos esquecendo. O post de hoje traz um apanhado com algumas adaptações para o cinema de obras fundamentais da nossa literatura que se transformaram em filmes já tão clássicos quanto os livros de onde foram adaptados.

O Auto da Compadecida (Globoplay, Telecine)

A grande obra-prima de Ariano Suassuna foi publicada pela primeira vez em 1955, um ano antes de sua primeira encenação no teatro. O próprio Ariano deu sinal verde a Guel Arraes para que ele adaptasse sua peça do jeito que ele achasse melhor e o diretor resolveu incluir também elementos de outras obras de Ariano, como O Santo e a Porca e Torturas de um Coração. Guel, então, produziu a minissérie, que estreou na Globo em 1999 e, no ano seguinte, acabou adaptando-a para filme, se tornando um dos maiores sucessos do cinema nacional.

Lavoura Arcaica (YouTube)

A carreira do escritor Raduan Nassar foi bastante curta (durou menos de 10 anos), mas foi suficiente para colocar seu nome entre os grandes cânones da nossa literatura. Lavoura Arcaica foi seu primeiro livro, lançado em 1975, e carrega muitos dos elementos que permeiam a obra do autor como a religião e o ambiente rural. Ao adaptar o livro para o cinema, o diretor Luiz Fernando Carvalho optou por trazer a obra quase inteiramente para a telona, fazendo com que ele tenha a mesma densidade e beleza de seu original.

Memórias Póstumas (Primevideo)

Um dos maiores acertos do filme Memórias Póstumas é trazer todo o humor e ironia da escrita de Machado de Assis para todos aqueles que se traumatizaram com seus livros durante o ensino médio. Machado, que é considerado um dos maiores escritores da nossa língua, é um autor extremamente engraçado e irônico e o filme de André Klotzel só enfatiza isso. Lançado em 1881, Memórias Póstumas usa essa ironia para fazer uma crítica à sociedade burguesa do Rio de Janeiro da época.

Vidas Secas (Globoplay, Telecine)

No auge da segunda fase do Modernismo, Graciliano Ramos publicou Vidas Secas, romance que retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. Tanto o livro quanto o filme, dirigido por Nelson Pereira dos Santos e lançado menos de 30 anos depois, mostram uma realidade, infelizmente, ainda muito atual sob um olhar cru, angustiante e honesto do sofrimento de pessoas num cenário comparado ao próprio inferno. Vidas Secas é um clássico do Cinema Novo e chegou a ser exibido no Festival de Cannes em 1964.

A Hora da Estrela (YouTube)

Macabéa é, provavelmente, a personagem mais famosa de Clarice Lispector e a diretora Suzana Amaral não podia ter feito melhor escolha ao colocar a atriz Marcélia Cartaxo para imortalizá-la no cinema. Em A Hora da Estrela, Clarice nos faz olhar para dentro de nós mesmos através das reflexões de uma mulher, retirante nordestina, tentando se adaptar a uma nova vida em São Paulo. Considera-se que o filme é uma adaptação fiel ao espírito contido na obra de Clarice, que mesmo sendo bastante reflexivo, é também realista, simples e direto.

Macunaíma (Globoplay, Telecine)

Em 1969, o diretor Joaquim Pedro de Andrade adaptou para o cinema com muitas camadas interpretativas e elementos simbólicos a célebre obra de Mário de Andrade num filme cheio de cores, personagens caricatos e, porque não, psicodelia. Ao retratar diversas questões nacionais, entre elas a antropofagia (um tentando devorar o outro pelos mais diversos motivos), Macunaíma é um retrato muito bem-humorado do Brasil e seu povo, um grande clássico do Modernismo nacional.