Crítica | No Ritmo da Sedução (Been So Long) [2018]

Nota do Filme:

O espetáculo teatral “Been So Long”, escrito pelo dramaturgo Ché Walker, foi adaptado pela Netflix para um longa com direção de Tinge Krishnan, lançado em 26 de outubro. Protagonizado por Michaela Coel – a Tracey de Chewing Gum, e Arinze Kene, rumores indicam que o acordo multimilionário para compra dos direitos de produção do filme foi a maior aquisição da Netflix para um filme britânico.

Musicais: ame-os ou deixe-os. Com trilha sonora composta por Christopher Nicholas Bangs, No Ritmo da Sedução acompanha Simone (Coel), mãe solo, ela se dedica exclusivamente aos cuidados de sua filha, Mandy (Mya Lewis). Convencida pela melhor amiga, a excêntrica Yvonne (Ronke Adekoluejo), Simone se permite uma rara noite de diversão e acaba conhecendo o charmoso Raymond (Kene).
Raymond está em condicional e ao deixar a prisão, ele percebe que 3 anos de reclusão foram suficientes para que seus amigos tomassem a dianteira na vida: amadurecendo, namorando, constituindo suas famílias e etc. Simone esteve o tempo todo livre, mas até encontrar Raymond, era como se não estivesse. Contudo, ela reluta em se entregar, motivada por uma enorme desilusão amorosa vivida com o pai de Mandy.

Primeiro é necessário se convencer de que é possível pessoas se expressando através de musica e performance. O grande problema do filme é o desenvolvimento dos personagens secundários. Gil, de George MacKay (Capitão Fantástico), destoa de toda a história. A motivação dele não convence. O jovem busca vingança ao ter seu coração partido por uma garota que nem ao menos o conhecia. Inesperadamente ele encontra um rumo no final e mesmo com pouca aparição consegue conquistar alguma afeição, sugerindo que poderia ter sido melhor aproveitado.
Barney (Luke Norris) é outro personagem problemático que, ao contrario de Gil, se perde quase no final do filme, [spoiler] em um momento musical ele revela uma paixão por Simone, no entanto, eles estão cantando musicas diferentes, evidenciando que estão em momentos distintos da vida [/spoiler].
A melhor amiga de Simone, a festiva Yvonne é livre, fogosa e desimpedida, mas tem uma crise existencial ao perceber que não amadureceu nada desde o colégio.
Dos secundários, Mandy é a única que tem alguma salvação, cadeirante, ela é auxiliada por Ben (Oliver Yhap) – outro personagem raso que poderia ter mais de destaque. Muito madura, a garotinha confronta seu pai (Joe Dempsie), que abandonou Simone enquanto estava gravida e pediu para que se livrasse do bebê.

No Ritmo da Sedução é uma comédia romântica clássica sobre perdoar e não ser o que fizeram a você no passado. Apesar das histórias secundárias, merece uma chance pelas atuações e trilha sonora.