Lista | 7 cenas icônicas marcadas por clássicos do rock

No dia 13 de julho de 1985 todas as atenções estavam voltadas para o Live Aid, o megaevento que ocorreu simultaneamente nos estádios Wembley, em Londres, e John F. Kennedy, na Filadéfia, com o objetivo de levantar recursos para amenizar a crise da Etiópia. Nesse dia, mais de um bilhão e meio de pessoas puderam assistir a shows de artistas e grupos de rock consagrados como David Bowie, Elton John, Queen e Rolling Stones, só para citar alguns.

É exatamente por causa do Live Aid que no dia 13 de julho comemoramos o Dia Mundial do Rock. Pois é, já não estamos mais no dia 13, mas o fim de semana está aí e nada melhor do que estender as celebrações do melhor jeito possível: unindo música e cinema. Pensando nisso, preparamos uma lista especial com sete cenas de filmes que ficaram marcadas por algum clássico do rock e que talvez justamente por isso tenham se tornado tão icônicas.

“You Never Can Tell” – Chuck Berry (Pulp Fiction: Tempo de Violência, 1994)

C’est la vie, say the old folks
It goes to show you never can tell

Em uma das cenas mais icônicas do cinema, Mia Wallace (Uma Thurman) e Vincent Vega (John Travolta) participam de um concurso de dança na hamgurgueria Jack Rabbit Slims ao som de “You Never Can Tell”, do lendário Chuck Berry. Essa foi uma bela homenagem de Tarantino a outra grande cena de dança: a do filme Oito e Meio, dirigido por Federico Fellini.

Em Pulp Fiction, ao mesmo tempo em que Travolta foi instruído a dançar de um jeito meio duro (o que deve ter sido um desafio para o rei de Os Embalos de Sábado à Noite), Thurman foi orientada a imitar uma das personagens do filme Aristogatas. No papel pode ter soado um tanto bizarro, mas, na prática, a dança se tornou um verdadeiro clássico.

“Sweet Child O’ Mine” – Guns N’ Roses (Capitão Fantástico, 2016)

She’s got a smile that it seems to me
Reminds me of childhood memories
Where everything was as fresh
As the bright blue sky

Um dos hits mais famosos da americana Guns N’ Roses, “Sweet Child O’ Mine” já tem uma bela letra, mas nunca foi tão doce quanto na versão interpretada pela família que protagoniza Capitão Fantástico.

Ela é cantada durante um funeral no topo de um belo penhasco, onde todos estão vestidos com muita cor e banhados pelo sol. Essa quebra de expectativa cria um novo significado sobre a morte e honra todas questões filosóficas que envolvem o roteiro do filme. A cena é de uma beleza e sentimento encantadores, sem dúvidas o momento mais emocionante da história.

“Bohemian Rhapsody” – Queen (Quanto Mais Idiota Melhor, 1992)

Mama, oooh
I don’t want to die,
I sometimes wish I’d never been born at all

Não havia software que possibilitasse ao Queen ter gravado Bohemian Rhapsody em 1975 sem ter um trabalho imenso. Um gravador ficava posicionado no centro do estúdio para “ouvir” mais de 500 fitas com gravações entre 3 e 10 segundos gravadas exaustivamente. Depois de diversas tentativas de colocar ordem na bagunça, nasceu um dos maiores hinos da banda.

Se o Queen eternizou a música na história do rock, Quanto Mais Idiota Melhor a eternizou na história do cinema, afinal, impossível esquecer da cena em que Wayne (Mike Myers), Garth (Dana Carvey) e companhia cantam Bohemian Rhapsody nos créditos iniciais do filme.

“Heroes” – David Bowie (As Vantagens de Ser Invisível, 2012)

Though nothing
Nothing will keep us together
We can beat them, for ever and ever

Qual a música do David Bowie que mais aparece em filmes e porque é “Heroes”? Dentre tantos clássicos eternizados pelo camaleão do rock, o single de 1977 é uma de suas composições mais queridas e, se não fosse por ela, talvez a cena do carro de As Vantagens de Ser Invisível não fosse tão marcante.

Charlie (Logan Lerman), Sam (Emma Watson) e Patrick (Ezra Miller) estão voltando para casa depois passarem a noite se divertindo no baile da escola quando começa a tocar “Heroes” no rádio. Nenhum dos três conhece a música, mas ela consegue traduzir perfeitamente o sentimento que todos têm ao mesmo tempo e que Charlie traduz com muita precisão quando diz estar “se sentindo infinito”.

“Tiny Dancer” – Elton John (Quase Famosos, 2000)

Hold me closer, tiny dancer
Count the headlights on the highway
Lay me down in sheets of linen
You had a busy day today

“Tiny Dancer” começa em Quase Famosos como se fosse uma simples música de fundo, mas, aos poucos, vai tomando uma proporção maior. A banda Stillwater acabou de voltar para a estrada depois de uma noitada e todos estão meio desanimados quando começam a puxar um coro de “Tiny Dancer”, de Elton John. A música passa imediatamente a fazer parte daquele momento da narrativa (som diegético) e o diretor e roteirista Cameron Crowe termina criando mais um daqueles momentos mágicos que ele se acostumou a colocar em seus filmes.

Com uma trilha sonora impecável, Quase Famosos é um dos mais clássicos filmes sobre rock que encontramos hoje em dia. Baseado na própria vida de Crowe (que tinha 15 anos quando escreveu para a revista Rolling Stone e acompanhou a turnê do Led Zeppelin), é capaz de trazer uma nostalgia de uma época que muitos de seus fãs não puderam viver.

“There Is a Light That Never Goes Out” – The Smiths ([500] Dias Com Ela, 2009)

Oh, please don’t drop me home
Because it’s not my home
It’s their home
And I’m welcome no more

A cena do elevador é, provavelmente, a mais famosa de (500) Dias com Ela. É o início do relacionamento dos protagonistas e a graça da situação envolve a aclamada banda The Smiths. Logo que se conhecem, Tom (Joseph Gordon-Levitt) acha Summer (Zooey Deschanel) esnobe e jura nunca falar com ela. Poucos dias depois, eles pegam elevador juntos na saída do trabalho. Tom está escutando “There Is a Light That Never Goes Out” e Summer catarola a música, diz que ama The Smiths. No segundo seguinte, o próprio Tom já sabe que não tem jeito, vai se apaixonar por ela.

Entre todos os aspectos que fazem de (500) Dias um filme tão amado, um deles certamente é a trilha sonora. Depois dessa cena, The Smiths passa a ser a banda que mais nos lembra o (quase) casal, principalmente porque combina muito com a vibe mais alternativa do filme.

“It’s a Long Way to the Top (If You Wanna Rock ‘n’ Roll)” – AC/DC (Escola de Rock, 2003)

If you think it’s easy doin’ one night stands
Try playin’ in a rock roll band

Para fechar a lista, o clássico “It’s a Long Way to the Top”, da banda AC/DC, no mais clássico ainda Escola de Rock. O longa foi totalmente pensado para ser uma homenagem ao gênero musical e consegue contrastar de forma perfeita o universo infantil com os maiores clássicos do rock mundial, criando um filme engraçado e tocante para toda a família.

Mesmo que já tenha acabado e os créditos comecem a subir, é impossível ignorar a cena final, quando a banda comandada por Dewey (Jack Black), e formada pelas crianças do colégio onde ele tentou dar aulas se passando por professor substituto, faz um cover da música. O diretor Richard Linklater tira tudo o que pode do momento e o resultado é a versão mais divertida possível desse clássico do rock.