Crítica | Hellboy (2019)

Nota do Filme:

Hellboy (2019) é um daqueles filmes que fazem rir de nervoso. Criaturas demoníacas e fluidos corporais de toda espécie com uma dose de horror e comédia se misturam em medidas extravagantes nessa fantasia nada convencional.

Depois da sequência ‘Hellboy’ do aclamado e oscarizado Guillermo Del Toro, lançadas em 2003 e 2008 respectivamente, chega ao cinema uma nova versão do longa, com efeitos especiais mais modernos, sob a direção de Neil Marshall.  E as caras novas não aparecem apenas atrás das câmeras. Quem encarna o papel do protagonista dessa vez é David Harbour — o Hopper de Stranger Things.

A essência da história é a mesma dos filmes de Del Toro — baseada nos quadrinhos de Mike Mignola. Invocado das profundezas do inferno por nazistas para derrotar os Aliados na Segunda Guerra Mundial, Hellboy é salvo pelos americanos e adotado pelo professor Broom (Ian McShane), que o educa como um filho.  Ao mesmo tempo, ele também é treinado como uma arma para lutar contra outras criaturas saídas do inferno.

Agora, além de seres míticos saídos do inferno, novos personagens se juntam a Hellboy na caçada à Nimue,“The Bloody Queen” (Milla Jovovich). A vilã é uma poderosa bruxa que, 1500 anos após ser derrotada pela Excalibur, volta a se tornar uma ameaça aos mortais. Sim! Aquela Excalibur, a espada da lenda arturiana. A história do Rei Arthur se entrelaça com a de Hellboy, fadas, videntes e ogros gigantes. A jovem Alice (Sasha Lane) e o agente secreto Major Ben Daimio (Daniel Dae Kim), são seus parceiros de missão. Juntos, o trio desajustado tenta impedir o triunfo de Nimue e o inferno na terra — quase literalmente.


Ao som do bom e velho rock’n’roll, o filme transita de engraçado a assustador com certa rapidez. Não deixa de ser divertido e, por ser uma experiência quase que totalmente visual, vale mais a pena assistir no cinema. Os efeitos sonoros das criaturas pegajosas e das vísceras se partindo são estridentes. Só que, o que poderia ser um deleite visual acaba se tornando violência gratuita e corpos dilacerados para todo lado.

Neil Marshall exagera na medida, mesmo sendo um filme cujo protagonista é o próprio demônio. Por mais que se espere uma certa dose de humor-negro, as cenas acabam se tornando repetitivas. A trilha sonora embala o ritmo, até que os recursos visuais e sonoros se esgotam dentro de um roteiro acelerado demais. Mesmo assim, vale à pena procurar uma playlist de Hellboy (2019).