Crítica | Vingadores – Era de Ultron (Avengers – Age of Ultron) [2015]

Nota do Filme:

“Se vocês se ferirem, revidem. Se morrerem…ignorem e sigam”

Steve Rogers/Capitão América

Vingadores – Era de Ultron acompanha a equipe posteriormente ao desmanche da S.H.I.E.L.D. Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Steve Rogers/Capitão América (Chris Evans), Thor (Chris Hemsworth), Bruce Banner/Hulk (Mark Ruffalo), Natasha Romanoff/Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Clint Barton/Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) buscam recuperar o cetro utilizado por Loki (Tom Hiddleston) em The Avengers – Os Vingadores das mãos de HIDRA.

Após um rápido encontro com os gêmeos Pietro (Aaron Taylor-Johnson) e Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen), Tony Stark e Bruce Banner desenvolvem o programa Ultron, com o intuito de manter a paz no mundo. Todavia, a inteligência artificial se rebela e caberá aos heróis impedir a destruição do planeta.

Vingadores – A Era de Ultron acompanha uma boa safra do MCU, situado logo após filmes como Capitão América – Soldado Invernal e Guardiões da Galáxia, ambos bem recebidos pela crítica e pelo público. É justo dizer, então, que a expectativa pelo longa superava, em muito, o razoável, o que talvez ajude a explicar o porquê de não ser muito bem lembrado.

Destaca-se, inicialmente, alguns dos pontos positivos da narrativa, dentre eles o entrosamento da equipe. É em cenas focadas apenas nas interaçõe de suas personagens – como a festa antes da invasão de Ultron ou o visita à família de Clint Barton – que a história se desenvolve de maneira mais imersiva. É interessante, então, perceber que, ao fugir de determinadas convenções que vieram a se criar no gênero, como a necessidade incessante de ação e momentos de impacto, o script flui de modo mais natural.

Ainda, a introdução dos gêmeos Maximoff, por mais que não tenha o impacto necessário no longa, ajuda a sedimentar conflitos futuros, do qual se destaca, principalmente, a divergência entre Tony Stark e Steve Rogers, arco esse introduzido desde The Avengers – Os Vingadores. Trata-se, assim, de um ótimo exemplar do planejamento da Marvel, demonstrando, novamente, a sua preocupação em criar algo interligado, até então inédito.

Os pontos negativos, porém, permanecem evidentes, o qual se indica, principalmente, a trama, a qual não tem o direcionamento devido. Nesse sentido, há muita dificuldade do roteiro em traçar objetivos à equipe, o que faz com que o filme perca o foco, característica tão necessária, sobretudo ao considerarmos o número de protagonistas que, até então, era o maior do Universo Cinematográfico. Essa problemática é perfeitamente exemplificada em determinados arcos, dentre eles o de Thor, perdido em cenas que deveriam, ao menos em tese, convergir para tornar o resultado algo mais coeso.

Ademais, as consequências são quase nulas, o que aumentam o distanciamento da audiência. Sabe-se, por óbvio, que o evento catastrófico jamais irá se concretizar, entretanto, ainda é necessário ao script criar tensão, sob o risco – no caso, comprovado – de se cunhar uma história desprovida de sentido. Dessa forma, ao mesmo tempo em que os heróis nunca estiveram tão poderosos, o vilão nunca parecem tão pouco ameaçador. Não à toa, o conflito mais lembrado do longa é entre Hulk e o Homem de Ferro – luta essa prejudicada pelo uso excessivo de humor, o que, no futuro, viria a se tornar um dos maiores problemas da franquia.

De tal maneira, infelizmente, os pontos positivos não são o bastante para elevar o filme a um patamar digno. Ao final, Vingadores – Era de Ultron parece vazio e, pior, quase procedimental. Por mais que seja indispensável ao MCU como um todo, carece da individualidade necessária, motivo pelo qual é pouco lembrado pelos fãs.