Sucesso estrondoso, a saga de livros Millennium, já conta com quatro filmes da franquia, sendo a trilogia dos três primeiros livros, que são de origem Sueca, feitos por produção local, e uma hollywoodiana feita pelo consagrado diretor David Fincher, que, inclusive, recebeu cinco indicações ao Oscar de 2012, saindo vencedora de uma estatueta de Melhor Edição.
Apesar da consagração da crítica, a adaptação do livro de Stieg Larsson Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres, não teve o mesmo sucesso nas bilheterias, o que levou a Columbia Pictures a não dar continuidade as duas sequências da obra de Larsson. Com o passar do tempo, o também escritor David Lagercrantz, foi convidado pela editora dos livros a dar continuidade a série, ele criou duas novas sagas: A Garota na Teia da Aranha & O Homem que Perseguia a Sua Sombra. O que reanimou a Columbia Pictures a adaptar A Garota na Teia da Aranha para os cinemas.
Nesse novo capítulo da série – que não acompanha os atores da última produção hollywoodiana nela – conta a origem da hacker Lizbeth Salander (Claire Foy), que se vê presa numa conspiração que envolve seu terrível passado. Novamente contando com a ajuda de seu fiel amigo jornalista Mikael Blomkvist (Sverrir Gudnason) e do agente Edwin Needham (Lakeith Stanfield). Coube a direção para o Uruguaio Fede Alvarez (Evil Dead) tocar este novo longo da série.
Quando a última obra de uma série desse tamanho é elogiada pelos críticos e consegue a consagração sendo indicada a premiações importantes, é mais do que correto que se crie um ambiente de ansiedade e expectativa para a obra atual. O que, é claro, acaba sendo inevitável não comparar a atual com a anterior. O problema é que, o filme de Alvarez, não chega nem nos pés do filme de Fincher. E os problemas se tornam visíveis em cada ato do filme. O problema desse filme que não contém na obra de Fincher são os excessos. Nos deparamos com uma Lizbeth sem prudências, diferente dos valores apresentados pela personagem na obra anterior. Em uma comparação popular eu diria que tornaram a personagem numa espécie de 007. Compará-la com James Bond é um crime. Óbvio. Mas a nível físico de suas cenas nesse filme, não é nada criminoso. O filme escolhe adotar sempre as apelativas de cenas de ações fortes no corpo a corpo, é claro, que, o aspecto emocional e a fragilidade, traços dessa personagem, contém ali, mas a todo momento ela tá mais pra uma porradeira bem estilo 007. Essa é a verdade.
Sabemos também que produções em locais como a Suécia onde o filme é rodado, sempre nos dão uma fotografia maravilhosa, o que é claro, contém também no filme anterior, o que Fincher, convenhamos, sabe fazer como ninguém. Aqui, a fotografia é pobre, mal aproveitada. E isso é muito de culpa de uma escolha péssima de enquadramentos da direção. Sempre optando filmar em planos fechados. Pobre. Muito pobre.
Claire Foy é uma atriz elogiadíssima, inclusive vencedora de emmy. Mas aqui ela é mal aproveitada. Seus talentos não são aproveitados em cena. Ela luta, luta e luta, não só em cena, mas também pra passar alguma sensação ao telespectador de que o filme tem alguma qualidade. Coisa que não tem. O que fará os fãs mais xiitas da saga terem saudades da Rooney Mara, por que não?
O filme poderia ser melhor. Bem melhor. Mas a direção limita o filme e a história da série em apenas ser um bom passatempo. Infelizmente.
Ama o cinema desde que era uma criança quando, ao brincar com seus gibis da Turma da Mônica, os imaginava como se fossem pequenas fitas VHS de uma locadora de vídeo.
Correspondente das Cabines de Imprensa de Recife-PE.