Crítica | Godzilla II: Rei dos Monstros (Godzilla II: King of the Monsters) [2019]

Nota do Filme:

Dirigido por Michael Dougherty, decorre dos acontecimentos do longa Godzilla, de 2014, sendo a tragédia em São Francisco retomada logo na primeira cena, avançando 5 anos depois. Uma vez que é uma sequência com diferentes diretores não há como não tecer um paralelo entre as duas obras e na comparação, esta película leva vantagem. O drama familiar de plano de fundo não convence, mas é mais interessante que o de 2014, os personagens têm mais carisma e os combates são melhores, maiores e mais nítidos, além de não sofrerem os cortes bruscos do anterior.

Embora a história parta da premissa de que o Godzilla foi o herói no desastre de 2014, o Governo quer se apoderar dos conhecimentos da Monarch, empresa responsável por monitorar os kaijus, para, possivelmente, exterminá-los, tendo em vista que não deixam de ser uma ameaça ao planeta. Há quem concorde que o melhor seria matá-los, mas o Dr. Serizawa (Ken Watanabe) e a Dra. Emma Russel (Vera Farmiga), cientistas que compõem a Monarch, acreditam que eles são benevolentes e têm outros planos para essas criaturas. A motivação dos personagens para agir conforme seus próprios métodos e suas consciências são as ferramentas para a trama no núcleo humano. Isso funcionaria bem para desenvolver o enredo, não fosse a insegurança de uma das personagens.

Com uma seriedade quase em todo instante, capenga quando tenta dar uma pitada de humor em parcos momentos. É a ação que prevalece. Os embates entre os monstros (ou seriam deuses?) merecem destaque: empolgantes e vibrantes (como era de se esperar em um filme com monstros gigantes)! Enquanto na obra de 2014 existiam apenas três kaijus, este é permeado pelas criaturas, sendo um show à parte os efeitos visuais dos combates.

O antagonista Ghidorah (também chamado de Monstro Zerolembra o Tiamat do desenho animado “Caverna do Dragão”) aparece em um plano ao fundo de uma cruz, sugerindo uma divindade: a grandiosidade, imponência e magnitude leva a crer que não se tratam de monstros e sim de deuses, que já povoavam a Terra antes dos humanos e que são necessários ao equilíbrio natural do planeta. Godzilla não é apenas importante, mas essencial para proteção do ecossistema terrestre.

O longa não aproveita muitos personagens de 2014, trazendo apenas o Dr. Serizawa (responsável pelo momento mais significativo da trama), Dra. Vivienne Graham (Sally Hawkins) e, obviamente, o protagonista anti-herói de ambos os filmes: Godzilla. A quantidade de humanos e kaijus pode ter dificultado a narrativa do antecedente (de 2014), mas não foi um problema neste, foi tudo bem distribuído e a trama sopesada de forma equilibrada entre os humanos e os seres “divinos”. A cada despertar de um Titã criava-se tensão e curiosidade sobre suas características. A aparição da Mothra, por exemplo, é muito bela, em uma imagem onírica, que beirou a magia e até o som que ela emite é surpreendente. Os efeitos especiais e a mixagem de som acertaram no ponto!

Com alguns furos de roteiro, nenhuma atuação marcante, uma cena típica da bandeira dos Estados Unidos e uma personagem inconstante diante de uma decisão de impacto mundial, não deixa de ser uma ótima história de aventura e ação, muita ação, com monstros imensos na tela! Afinal, é o que se espera de Godzilla II: Rei dos Monstros, um tipo de experiência para ter na tela grande, vale a ida ao cinema.

Godzilla II: Rei dos Monstros estreia em 30 de maio nos cinemas (tem cena pós-créditos).