Crítica | A Entidade (Sinister) [2012]

Nota do filme:

A Entidade acompanha Ellison Oswalt (Ethan Hawke), escritor de romances policiais com base em eventos reais. Seu novo romance aborda a história de uma família assassinada, com exceção da filha, que está desaparecida. O caso faz com que o protagonista se mude para a casa onde ocorreram os crimes, acompanhado de sua esposa Tracy (Juliet Rylance) e seus filhos Trevor (Michael Hall D’Addario) e Ashley (Clare Foley), com o objetivo de buscar inspiração.

No sótão encontra uma caixa com rolos de filmes Super-8 que contém diversos assassinatos, incluindo aquele que está investigando. O fato dos vídeos terem início na década de 60 faz com que acredite que o homicídio que investiga é, na realidade, obra de um serial killer. Ao mesmo tempo, estranhos eventos começam a ocorrer em sua residência, o que faz com que passe a questionar no que acreditar.

 

 

A Entidade é uma história que trabalha com elementos conhecidos do público. Felizmente, o roteiro trabalha de maneira competente. Nesse sentido, o conto de um pai de família com dificuldades em prover sustento aos seus entes queridos é algo universal. Ainda, a sua busca pelo reconhecimento profissional que o seu primeiro lhe deu aumenta a empatia que sentimos pelo personagem.

 

 

De qualquer forma, há, na obra, espaço para métodos inventivos na construção da tensão do roteiro. Os filmes encontrados na residência são uma metodologia eficaz, dado o caráter extremamente perturbador dos diversos homicídios ali dispostos. A película, inclusive, apresenta o vídeo do caso investigado por Ellison como cena de abertura. Assim, desde o princípio o espectador é tragado para a atmosfera inquietante da trama.

Além disso, é um artifício eficaz na imersão do espectador na história, uma vez que esse também irá analisar as filmagens de maneira minuciosa em busca de maiores detalhes. O nítido desconforto de Ellison deixa claro o que está disposto a fazer para alcançar seus objetivos, o que ajuda a sedimentar a sua determinação. Por fim, os vídeos servem para introduzir, de maneira sutil, a criatura do longa.

Tais fatores são complementados pelas boas performances dos atores envolvidos. Importante mencionar, porém, que Ethan Hawke é responsável por carregar a maioria da obra, e ele o faz com maestria. Seu personagem está presente em praticamente todas as cenas e o ator jamais decepciona.

 

 

Ressalta-se, porém, que a película conta com alguns (pequenos) defeitos. Por vezes é previsível, sobretudo aos conhecedores do gênero. Felizmente, a despeito desse fator, a atmosfera criada faz com que antecipar cenas/acontecimentos não imuniza o espectador do sentimento de ansiedade geral.

Desse modo, por mais que os mais atentos sejam capazes de desvendar o plot twist, o mérito do roteiro permanece. O desfecho do longa é bastante competente e responde às questões levantadas.

Temos, aqui, uma história envolvente bem construída. Por mais que haja pequenos erros, ao se analisar o cenário geral o saldo é extremamente positivo. Recheado de tensão e comandado por um Ethan Hawke inspirado, A Entidade promete agradar não apenas aos fãs do gênero como a todos aqueles que buscam uma narrativa intrigante.