Se houvesse uma festa com a participação de todos os diretores em atuação em Hollywood, lá estaria ele, vestindo cores vibrantes, parado exatamente no meio do vão entre duas pilastras, bebendo um drink exótico. Sim, estou me referindo ao hipster mais amado e perfeccionista do cinema. Estou me referindo a Wes Anderson.
Alguns cineastas gostam de deixar marcas em seus filmes para lembrar quem é o artista por trás da obra. É possível reconhecer diretores apenas pelo estilo de plano, paleta de cores ou pelo elenco. No caso de Wes, há sempre esses três elementos interligados. Sua assinatura é fácil de identificar, pois é altamente visual e agradável. Seu estilo próprio de narrativa o consolidou como um dos grandes nomes do cinema, através de filmes que conseguem agradar crianças, adultos e raposas – esta última categoria foi graças a uma animação stop motion.
Seu novo filme, Isle of Dogs, que também é uma produção em stop motion, estreia em março nos Estados Unidos. Mas antes disso, que tal mergulhar um pouco mais no perfil do diretor?
Calma… o texto não é tão grande, não precisa fugir igual ao Monsieur Gustave. Continue rolando a barra e aprecie.
Obrigado…
Texas, 1969
O mês era maio. A cidade de Houston passava por uma época de temperatura agravável, na média de 24 graus. Lá nascia o segundo filho da família Anderson, seu primeiro nome era Wes. Três letras que juntas formam um som curto e suave, tão suave quanto os filmes que essa criança faria décadas depois, despertando a paixão de pessoas pelo cinema – sobretudo pela estética visual da sétima arte.
Chegada a vida adulta, Wes Anderson se formou em filosofia pela universidade do Texas. Durante essa fase acadêmica, conheceu aquele que seria seu maior companheiro no cinema: o ator Owen Wilson.
Junto de Owen Wilson e de seu irmão Luke Wilson, também ator, Wes dirigiu seu primeiro filme, Bottle Rocket, em 1994. O longa nunca foi lançado no Brasil, embora tenha sido bem recebido no Festival de Sundance. Desde então, Wes seguiu na carreira de diretor, na qual atua até os dias atuais.
Assinatura
Identificar um filme de Wes Anderson é uma tarefa fácil. Aliás, nem é uma tarefa, é um deleite. Dentre as principais características de seus trabalhos, estão os planos com enquadramentos simétricos, onde o ponto de referência está milimetricamente posicionado no centro da tela. Ele talvez seja o cineasta que mais se preocupa com essa divisão de espaço.
Outro ponto fundamental em seu estilo é a combinação da paleta de cores. Em diversos planos, o personagem está vestido na mesma cor que outro objeto da cena. Esse casamento de tons faz de seus filmes exemplos de obras com direções de arte impecáveis, seja pelo figurino ou pela ambientação como um todo.
Por fim, também é possível reconhecer através do elenco. Bill Murray, os irmãos Owen e Luke Wilson, Anjelica Huston, Jason Schwartzman e Edward Norton estão presentes em mais de um filme. Em sua maioria, são atores que já trabalharam no mínimo três vezes com o diretor.
Segue abaixo um vídeo contendo as características mencionadas e outras mais que compõem seu estilo:
Filmes para conhecer o diretor
Título: O Grande Hotel Budapeste
Ano: 2014
Sinopse: Durante a década de 30, o gerente de um famoso hotel europeu acaba se envolvendo no roubo de um quadro de valor inestimável, que fará com que ele precise fugir da polícia e de um assassino implacável.
Título: Moonrise Kingdom
Ano: 2012
Sinopse: Em 1965, dois jovens residentes de uma ilha se apaixonam e decidem fugir antes da chegada de uma violenta tempestade que ameaça a região.
Título: Os Excêntricos Tenenbaums
Ano: 2001
Sinopse: Royal e sua esposa Etheline tiveram três filhos muito diferentes entre si, mas igualmente bem-sucedidos. Quando Etheline resolve se casar com outro homem, Royal resolve lutar por seu amor reunindo toda a família.
Título: O Fantástico Senhor Raposo
Ano: 2009
Sinopse: baseado na obra de Roald Dahl, Raposas e Fazendeiros, a animação mostra a vida de Sr. Raposo, um jornalista casado e pai de um filho. Quanto a sua vida começa a desandar, ele decide voltar a roubar fazendas, uma prática que havia deixado no passado