Top 5: Ficções Cientificas (por enquanto)

O cinema sempre foi espaço para as ideias mais incomuns das pessoas, como prova a corrente do surrealismo. Porém, o gênero que conseguiu unir a qualidade com essas ideias, foi o de ficção cientifica, trazendo grandes inovações para a arte e revelando ótimos profissionais, tanto atores e atrizes quanto os que ficam na parte de trás das câmeras. As 5 ficções cientificas abaixo fazem parte daquelas que são consideradas as melhores dos últimos anos, e, ao meu ver, são as melhores já feitas, ao menos por enquanto!

Imagem: Divulgação

5. Solaris – Dir: Andrei Tarkovski

Lançado no ano de 1972, Solaris conta a história de um psiquiatra chamado Kris Kelvin, que recebeu um convite para embarcar em uma missão para o planeta Solaris, onde um grupo de profissionais que já está lá, não se comunica há meses e não faz nenhuma tentativa de retorno a Terra.

A obra serve como uma metáfora da sociedade, ao expor as pessoas como loucas, deterioradas psicologicamente, capazes de qualquer coisa para ser superior ao próximo e principalmente, a ambição como sentimento dominante. Ao ver tudo isso, a desesperança domina Kelvin de tal forma que ele tenta não se tornar tão louco como as pessoas que ele supostamente foi resgatar.

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4. Blade Runner – Dir: Ridley Scott

Lançado no ano de 1982, época conhecida como aquela em que Ridley Scott ainda fazia filmes bons, “Blade Runner” é uma obra futurista, que tem como discussão principal a vida, o que é o ato de viver e as relações de poder que envolvem a vida e as pessoas.

Porém, no filme, isso é metaforizado através do confronto entre os Replicantes contra os policiais. Harrison Ford é um desses policiais, ele está no rastro de um grupo de replicantes que recentemente fugiram de suas obrigações (os replicantes são obrigados a trabalhar em fabricas e outros setores considerados de serviço pesado). A obra aborda o porque dessa obrigação dos Replicantes e reflete sobre o que é a vida e porque as pessoas não podem viver como elas bem entendem.

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3. A Origem – Dir: Christopher Nolan

Lançado em 2010, “A Origem” é um filme que aposta no ambiente de sonho e das ideias para criar uma obra dinâmica, tensa, envolvente e aplicada ao contar uma história complexa, em que não sabemos o final certo do filme e nossos próprios sentimentos e ideologias podem escolher o fim adequado.

Dom Cobb (Leonardo DiCaprio) é um homem que vive de invadir os sonhos das pessoas e roubar ideias contidas no subconsciente. Porém, ao ser contratado por Saito, um empresário, o trabalho se torna inverso, ele tem que inserir uma ideia no subconsciente de uma pessoa. A obra aborda muito bem a relação familiar e como essa influencia as nossas atitudes e as dos personagens, pois cada um ali (principalmente Cobb) tem uma motivação pessoal para o trabalho, mas a maioria dessas envolvem a família, no caso de Cobb a vontade e a possibilidade de conseguir rever os filhos, no caso da ideia a ser inserida, ela envolve o contexto da relação de pai e filho.

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2. A Chegada – Dir: Denis Villeneuve

A memória é algo que pode enganar, confundir e fazer as pessoas pensarem de uma maneira totalmente contrária aquela que elas querem pensar. Denis Villeneuve decidiu usar isso para criar uma história comovente e atual, abordando como as pessoas podem ser intolerantes e partirem para a agressividade sem ao menos buscar a conversa.

Amy Adams é a linguista Louise Banks, quando uma raça alienígena chega a terra e se comunica de maneira ininteligível, ela é chamada para estudar e entender o idioma que falam e a mensagem que eles querem passar. Graças a montagem, a obra é composta de várias justaposições de acontecimentos, que, quando ligados pelo público, são extremamente comoventes e tocantes, apenas pela empatia causada.

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1. 2001: Uma Odisseia no Espaço – Dir: Stanley Kubrick

Em 1968, surge a possivelmente mais ousada ficção cientifica já feita, Kubrick conta a história de 2001, partindo de um monólito, onde desde a pré história, esse monólito é admirado pelas espécies que habitam a terra, até a culminação do filme na história de Dave, Frank e Hal 9000 (um computador) que estão em uma missão para Júpiter, quando Hal decide tentar assumir de vez o controle da nave e da missão, realizando um solitário motim.

O filme praticamente não tem falas, apenas as necessárias para a compreensão da história, que pode ser entendida como uma metáfora social em relação ao belicismo, já que usa como passagens de uma era a outra, armas distintas, até chegar ao computador, uma arma que se tornou muito utilizada com o tempo, a isso, está unido o livro no qual foi baseado, porém, o livro e o filme se completam, como se fossem um só.

Com um final aberto e arrebatador, “2001” é um filme que causa encanto até hoje, devido a coragem de Kubrick ao realizar uma projeção de assunto nem um pouco acessível ao grande público.