Crítica | O Passageiro (The Commuter) [2018]

Nota do Filme:

O Passageiro acompanha a vida de Michael MacCauley (Liam Neeson), vendedor de seguros e ex-detetive que pega o mesmo trem para o trabalho, sempre no mesmo horário. No trajeto de volta, após ser sumariamente demitido, é abordado por Joanna (Vera Farmiga), que lhe oferece uma larga recompensa para descobrir a identidade de um dos passageiros do trem.

O longa é dirigido por Jaume Collet-Serra, conhecido de Liam Neeson pelos filmes Desconhecido e Sem Escalas. Não são filmes excelentes, mas certamente são divertidos. Há um foco em sequências de ação bem coreografadas e um roteiro que, apesar de não muito interessante, é discernível. O Passageiro, entretanto, falha nas duas categorias.

 

 

O começo do filme é, sem sombra de dúvidas, a melhor parte do longa. Aqui, o diretor é extremamente competente em estabelecer Michael como um homem comum. Sucessivas cenas sobre o começo de seus dias, inteligentemente editadas, nos mostram como a rotina do protagonista é monótona. Salvo pequenos detalhes, o início de seus dias é sempre igual.

Outro ponto positivo a ser ressaltado é a atuação do protagonista. Por mais que as cenas de ação não sejam boas ou mesmo convincentes, o ator consegue nos passar o peso da idade do personagem. É um ponto interessante que aprofunda os problemas do protagonista.

Os problemas começam quando o filme tenta desenvolver seu roteiro. A intenção é criar um mistério atrativo, onde Michael busca informações acerca dos passageiros para descobrir a identidade do desconhecido. Concomitantemente,quer saber o máximo de informações possíveis sobre quem o contratou e o porquê.

Todavia, a história em momento algum se torna envolvente. O mistério acerca da identidade do passageiro não se desenvolve de maneira convincente e as informações descobertas pelo protagonista são de pouca (ou nenhuma) utilidade.

É válido ressaltar, também, que apesar do filme contar com grandes atores no seu elenco – Vera Farmiga, Patrick Wilson, Jonathan Banks -, possuem participações mínimas. Pior, seus personagens são sequer bem desenvolvidos.

 

 

No último ato do filme, uma sequência inacreditável faz com que nos perguntemos por qual razão a organização que Joanna representa se deu ao trabalho de buscar o auxílio de Michael?

Estabelecer essa “organização” tão poderosa nos faz questionar não o mistério em si – que conta com um plot twist extremamente previsível -, mas sim como ela consegue ser, basicamente, onipresente. Ao final, a resolução dos conflitos é feita de maneira simplória. Os efeitos presentes nas cenas de ação ainda prejudicam a imersão do filme. Um filme esquecível.