Mulheres Inspiradoras | Kathryn Bigelow

Kathryn Bigelow é uma cineasta americana responsável por dirigir Caçadores de Emoções (Point Break), A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty) e Guerra ao Terror (The Hurt Locker). Por este último, foi a primeira mulher a receber o Oscar de melhor direção. 

 

Do início da carreira ao Oscar

Bigelow começou sua carreira como cineasta dirigindo o curta metragem The Set-Up (1978), onde analisa a violência do cinema. No curta, dois homens lutam entre si enquanto dois semioticistas desconstroem as imagens.

Seu primeiro longa foi The Loveless (1981) que co-dirigiu com Monty Montgomery e deu a William Dafoe seu primeiro papel como protagonista.

Os subsequentes Jogo Perverso (Blue Steel), Caçadores de Emoções e Estranhos Prazeres (Strange Days) são filmes de ação que incorporaram seu ritmo filosófico com as demandas da indústria cultural do cinema, mas que repensam convenções de filmes de ação e abordam questões de gênero e raça.

A cineasta dirigiu Guerra ao Terror que foi exibido pela primeira vez no festival de Veneza em setembro de 2008. Este é o filme mais elogiado de sua carreira e tem classificação 97% no Rotten Tomatoes. Como só estreou no circuito de Los Angeles em 2009, o longa participou da corrida do Oscar 2010. Nesta edição da premiação, o longa, além de receber o principal prêmio da noite, rendeu a Bigelow o posto de quarta mulher indicada na categoria de direção, sendo a segunda mulher americana e a primeira a vencer nesta categoria.

2012-Atualmente 

A Hora Mais Escura (2011) dramatiza os esforços americanos para encontrar Osama Bin Laden. É um filme elogiado embora controverso devido a sua posição pró tortura. Este longa lhe rendeu o New York Film Critics Circle de melhor direção, tornando-a a primeira mulher a ganhar este prêmio duas vezes (anteriormente recebeu o prêmio por Guerra ao Terror).

Seu último longa, Detroit (2017) aborda os protestos que surgiram dos conflitos raciais na cidade homônima ao título, no ano de 1967. O filme foi ignorado pelas premiações, mas é um dos mais importantes do ano passado. Apesar de histórico, as tensões raciais retratadas são ainda recorrentes e atuais. Katharyn Bigelow sempre foi uma cineasta motivada pelo comentário político e deixa isso mais nítido a cada filme.

Com opiniões controversas ou não, Bigelow não é apenas um dos cineastas mais importantes desta época, como também uma inspiração de resistência feminina dentro desta indústria majoritariamente comandada por homens. Uma inspiração para todas as mulheres que ainda tem neste espaço uma caminhada árdua pela frente, mas para quem foram abertas frestas pela paixão cinéfila de Kathryn. 

“Se há uma resistência específica às mulheres que fazem filmes, eu simplesmente escolho ignorar isso como um obstáculo por dois motivos: não posso mudar meu gênero e me recuso a parar de fazer filmes. É irrelevante quem ou o que dirigiu um filme, o importante é como você responde ou não a ele. Deveria haver mais mulheres dirigindo. Eu acho que não há uma consciência de que isso é possível. E é.”  Kathryn Bigelow em 1990.