Luna foi selecionado para a mostra competitiva do 51° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que começa nesta sexta-feira (14).
Luana é uma adolescente introvertida, criada por sua mãe solteira. No primeiro dia de aula do último ano escolar, ela conhece Emília, também filha única, mas com pais ricos que vivem viajando. Sentindo a mesma solidão em contextos totalmente diferentes, as duas se tornam amigas. Mas a promessa dessa amizade intensa e explosiva é interrompida, quando Luana tem sua intimidade exposta nas redes sociais. Diante de uma situação cada vez mais opressiva, ela terá que descobrir quem realmente é: a menina que se esconde ou a mulher que se revela?
O roteirista e diretor Criz Azzi se inspirou ao ler uma notícia de uma jovem brasileira de 17 anos que cometeu suicídio após terem vídeos de sexo viralizados nas redes sociais.
“Quatro anos depois, com o filme já montado, ainda me pergunto em qual lugar íntimo essa história me moveu a ponto de fazer um filme com essa inquietude como ponto de partida – conta o diretor.
A história da Luana e de seu encontro com Emília atravessa temas como a descoberta da sexualidade feminina associada à autoexposição favorecida pelas novas mídias, a busca por novas experiências, por pertencimento e autoafirmação. “Coloca à prova aspectos como liberdade e preconceito, liberdade e abuso, liberdade e julgamento moral. Mas a meu ver, para além dessa camada, o filme se orienta na potência do encontro com o outro, no amor e nas suas contradições”. Comenta o diretor.
No processo de produção de sua primeira ficção, o diretor praticou o exercício de escuta.
Me vi diante de um universo de meninas brasileiras com muitas histórias de decepções com o universo masculino. Abusos, assédio, estupro, abandono. Hoje, ao olhar para o percurso do filme, entendo que esses fatos recorrentes nas conversas foram borrando o roteiro naturalmente, diz Azzi.
Luna tem produção de Delícia Filmes e Urucu e distribuição pela Cineart Filmes. Ainda não há data de lançamento nacional.
Linguista, feminista, comunista de Iphone e debochada. Acredito que todo desentendimento é causado por confusão semântica e que 90% dos conflitos humanos podem ser resolvidos com diálogo. Especialista em procrastinação, melancolia e overthink.
Formei-me em Letras e no Cinema busco esquecer.