Crítica | Exorcismos e Demônios (The Crucifixion) [2018]

Nota do Filme:

Exorcismos e Demônios acompanha Nicole Rawlins (Sophie Cookson), jornalista que pede para investigar a prisão do Padre Dimitru (Catalin Babliuc), acusado pelo homicídio da freira Adelina (Ada Lupu) durante um exorcismo que supostamente deu errado. Em sua jornada recebe o auxílio do Padre Anton (Coneliu Ulici), que busca compreender a falta de fé da jornalista.

 

 

O filme é baseado na história real do exorcismo de Tanacu, acerca de uma freira da Igreja Ortodoxa Romena com supostos problemas mentais. O Padre Daniel Petre Corogeanu e quatro freiras da Ordem da Santíssima Trindade foram acusados de causar a sua morte durante um exorcismo.

Há poucos pontos positivos a serem abordados aqui. Pode-se dizer, sem dúvidas, que a escolha pela locação contribui para a pouca atmosfera de terror que o longa consegue passar. A maior parte da história se passa em um local isolado, complementado por uma arquitetura gótica eficaz nesses tipos de obras.

Ainda, Sophie Cookson, atriz principal, entrega uma atuação convincente, dando o seu máximo para tornar um papel desinteressante algo ao menos assistível. Todavia, essa boa impressão é prematura e rapidamente termina.

Nesse sentido, com exceção de Sophie, a atuação é extremamente fraca. Com atuações que raramente convencem, o elenco acaba por quebrar qualquer atmosfera que o filme pudesse criar.

 

 

O desenvolvimento do roteiro acontece de maneira lenta e confusa. Esse fator se alia a uma direção pouco precisa, de modo que certas inconsistências são criadas, às quais não são fornecidas resoluções críveis.

Aqui a falta coerência geográfica prejudica a credibilidade. Isto é, ainda que não seja necessário determinar com extrema precisão certos aspectos geográficos, deve existir ao menos uma noção acerca da distância entre cada locação do longa para que o espectador tenha uma noção espacial na qual se basear.

Desse modo, o roteiro abre mão da coerência para tentar forçar uma atmosfera mais aterrorizante. Nesse sentido, o filme conta com diversas cenas nas quais a protagonista retorna ao seu hotel à noite mesmo tendo saído durante o dia sem, porém, convencer o espectador que esse tempo de fato transcorreu.

Tais incongruências poderiam ser perdoadas caso fossem efetivas. Entretanto, os sustos são previsíveis e, por extensão, raramente são efetivos, especialmente aos fãs do gênero que identificarão os sinais com grande antecedência.

 

 

Sendo assim, o resultado final é uma obra que em nada assusta. Com desenvolvimento lento, inconsistente e atuações pouco convincentes, Exorcismos e Demônios é um exemplo a não ser seguido para futuros filmes do gênero.