Crítica: Sombra e Ossos (2021)

Nota do filme:

A produção baseada na Trilogia Grisha do escritor Leigh Bardugo é capaz de apresentar ao público um universo fantástico com sua própria originalidade e composto de personagens carismáticos e cativantes.

A adaptação original do Netflix, produzida por Eric Heisserer, é capaz de trazer os componentes capazes de produzir uma história cativante quando se trata de universos fantásticos. A série lembra outras obras conhecidas pelo imaginário do telespectador como Harry Potter e Senhor dos Anéis, mas não comete o erro de tornar-se uma cópia menos favorita.

A série Sombra e Ossos (Shadow and Bone) trata de um universo em que humanos com habilidades especiais conhecidos como Grishas convivem com seus compatriotas em uma nação divida por uma dobra de sombra. Os cidadãos precisam fazer uma travessia rotineira para acessar o outro lado do país, mas dentro dessa Dobra habitam monstros, conhecidos como Volcra, capazes de tornar a viagem uma experiência sangrenta.

O reino de Ravka está em guerra com dois outros reinos: o reino do norte, Fjerda, e o reino do sul, Shu Han. Portanto, atravessar a dobra é a única opção para os ravkans, mas a separação por essa enorme muralha sombria é a causa de enorme sofrimento para a nação, por provocar inúmeras perdas.

É nesse sentido que o telespectador acompanha a história de Alina Starkov (Jessie Mei Li), uma jovem orfã mestiça, com descendência Shu, que trabalha no primeiro exército como cartógrafa e tem como melhor amigo o órfão rastreador Malyen “Mal” Oretsev (Archie Renaux). Um acontecimento inesperado faz com que Alina revele poderes que não sabia que possuía, descobrindo ser uma conjuradora do sol, isso desperta a atenção do General Kirigan (Ben Barnes) que possui seus próprios planos em relação ao potencial de Alina em mudar o destino de Ravka. Além do arco principal, o telespectador acompanha também outros arcos como, por exemplo, Os Corvos, uma gangue de mercenários habilidosa.

A série demonstrou tratar de assuntos pertinentes a nossa realidade sem retirar sua magia: com um elenco diverso, uma atuação apaixonante e uma ambientação de tirar o fôlego. Sombra e Ossos é capaz de trazer um olhar mais contemporâneo para o universo literário da fantasia, a produção executa a criatividade do autor com justiça, sem economizar nos efeitos visuais capazes de transformar a ficção da Triologia Grisha em uma realidade mais próxima do telespectador.

Entretanto, a obra carece de desenvolvimento em relação a protagonista, reservando pouco tempo para mostrar a evolução psicológica da conjuradora, o que deságua em certos cliché previsíveis para um público já acostumado com esse tipo de narrativa. Isso pode ser um problema crítico se não for remediado em uma provável segunda temporada, mas felizmente é remediável por meio do desenrolar do roteiro e da diversidade de personalidades que compõe o enredo.

Em resumo, Sombra e Ossos é cativante, apaixonante e original, possuindo deficiências facilmente combatidas pela execução exemplar da produção e do elenco. Ela é capaz de agradar amantes de universos fantásticos, não decepcionar fãs da literatura de Bardugo e fascinar telespectadores de outros gêneros.