Crítica | Sicario: Dia do Soldado (Sicario: Day of the Soldado) [2018]

O estado do Texas e o México é mundialmente conhecido por uma situação: Vários imigrantes põe em risco as suas vidas ao atravessar o longo deserto que corta os dois países. O objetivo de todos é o mesmo: Viver o sonho de morar nos EUA.

“Sicario: Dia do Soldado”, continuação do belíssimo filme “Sicario: Terra de Ninguém”, inicia nos mostrando um outro problema que assola o governo americano: O terrorismo. Um ataque terrorista ocorre num supermercado e deixa vários feridos e mortos, incluindo mulheres e crianças. Logo o governo contata o militar Matt Graver (Josh Brolin) e ordena que crie uma guerra entre os cartéis mexicanos com a informação de que os cartéis ajudam a entrada dos terroristas através da fronteira.

O primeiro filme teve como foco o relacionamento das gangues, milícias e cartéis que utilizavam a fronteira entre os dois países para traficar drogas e os impactos que isso causavam. Já neste segundo filme, o foco está mais voltado para os personagens centrais da primeira trama e os danos colaterais da política americana do uso da “força bruta”.

O Diretor Stefano Sollima (Gomorra) recria – com uma direção competente – o mesmo que Denis Villeneuve conseguiu no primeiro filme: Criar tensão a todo e qualquer instante. Com um elenco afiado e muito bem escalado. Del Toro (que merecia demais uma indicação ao Oscar pelo primeiro filme) nos entrega novamente um Alejandro com o aspecto letal, que possui seus próprios demônios, mas que também tem uma natureza solitária e paterna. Destaque também para a pequena Isabela Moner (Transformers: O Último Cavaleiro).

O Roteiro escrito por Taylor Sheridan (A Qualquer Custo), o mesmo roteirista do primeiro filme, é competente – embora possua falhas – e possui bons diálogos. É falho porque o terceiro ato é cheio de reviravoltas. E por eliminar alguns conflitos de forma prática e instantânea. Como por exemplo: iniciar o filme nos apresentando um atentado terrorista nos EUA, depois nos informar que esses muçulmanos talvez entrou no país através da fronteira americana com o México, mas terminar nos informando que eles eram de fato, americanos, que não vieram de lugar algum.

“Sicario: Dia do Soldado“, é um ótimo filme com ótimas atuações de Del Toro e Brolin, além de uma excelente trilha sonora responsável por criar tensão ao filme a qualquer momento. E confesso que estou ansioso para a sua próxima continuação.