Crítica | Sexy Por Acidente (I Feel Pretty) [2018]

Nota do Filme:

Em “Sexy por Acidente”, Renee, interpretada por Amy Schumer, é uma mulher comum da cidade de Nova Iorque, que trabalha nos bastidores da LeClaire, uma grande empresa de maquiagem, mais especificamente com o comercio online da marca.

Inicialmente o filme retrata os pequenos e desgastantes perrengues de uma mulher fora dos padrões – e os esforços para tentar se encaixar neles. Rápidos, fáceis e incríveis tutoriais de penteado e maquiagem que parecem ser um duo de tortura física e psicológica, visto que, apesar de todo o seu empenho, sempre há dores nos braços e queimaduras de secador e chapinha, além do resultado final inalcançável; Como sair em busca de roupas se torna uma verdadeira via sacra, e o grande esforço que demanda ser notada pelo barman em uma balada.

Cansada, Renee faz um desejo à uma fonte: ser bonita. Na manhã seguinte, em mais uma (aparente) inútil aula de spinning, ela sofre um acidente e acorda com uma “distorção de imagem” que a faz se sentir como uma mulher de aparência perfeita. A partir disso, Renee passa a enxergar a vida com mais otimismo e beleza, sentindo a autoestima necessária para se expressar melhor com estranhos e se candidatar a vaga dos sonhos, a recepção da LeClaire.
Renee consegue o cargo desejado, sempre atendendo a todos com muita simpatia. No campo amoroso, ela exala confiança, e isso é o que realmente acaba conquistando um cara legal, o carismático Ethan (Rory Scovel) e de bônus um dos solteiros mais cobiçados dos EUA, Grant LeClaire (Tom Hopper), neto da grande fundadora da marca, Lily LeClaire (Lauren Hutton).

A presença de Michelle Williams no elenco não consegue salvar muito do filme, isso porque sua personagem é insossa. Como a neta da grande Lily LeClaire, ela depende exclusivamente das experiências comuns de Renee para alavancar as vendas de uma linha popular da marca. O filme se perde em sua proposta quando sugere que autoconfiança inevitavelmente leva à arrogância. E para um filme que satiriza a interminável busca por padrões está mais para uma comédia romântica esquecível. Conta-se nos dedos de uma mão os momentos engraçados protagonizados pela comediante Amy Schumer.

No entanto, a moral da história é boa e aplicável à vida real, autovalorização não faz mal a ninguém. Permitir-se ser um ser humano com defeitos e buscar sua melhor versão, mesmo que não seja a perfeita, é sempre a melhor maneira de viver. E nunca se esqueça das boas e velhas amizades.