Crítica | Mindhunter 2ª temporada (2019)

Nota do Filme :

A segunda temporada de Mindhunter acompanha, mais uma vez, a equipe do FBI que investiga e estuda o comportamento de assassinos. Formada pelos agentes Bill Tench (Holt McCallany), Holden Ford (Jonathan Groff) e Wendy Carr (Anna Torv), a equipe consegue finalmente algum reconhecimento. Todavia, a chegada de verbas e o crescimento repentino da força tarefa faz aumentar ainda mais a responsabilidade. Agora, eles precisam focar em resultados para o FBI e mostrar a eficácia dos estudos na prática. Isso acaba gerando conflito entre os métodos usados pelos agentes, na medida que o pioneirismo de suas teorias também ganha visibilidade na mídia. 

Com nove episódios de mais ou menos 50 minutos, é possível acompanhar como os conflitos internos de cada personagem estão inevitavelmente ligados ao trabalho e acabam afetando as investigações. Outro lado da narrativa que ganha força nesta temporada são as questões sociais além dos serial killers. A série mostra, também, a atuação de grupos extremistas em áreas marginalizadas, questões raciais, de gênero e sexualidade. Ou seja, além dos assassinos em série, os agentes precisam lidar com a problemática realidade política e social dos Estados Unidos nos anos 80.

Mais uma vez, a semelhança dos atores que interpretam os serial killers da série com os assassinos reais é perturbadora e de tirar o sono. Por causa do crescimento da equipe, os agentes conseguem uma entrevista com Charles Manson, que ficou famoso após comandar vários assassinatos violentos em nome de uma doutrina criada por ele mesmo. Em uma das cenas mais icônicas da temporada, Manson aparece, arrogante, confiante e sem demonstrar culpa alguma enquanto conversa com os agentes Ford e Tench. Outro assassino que ganhou visibilidade na mídia nos anos 90 foi  Dennis Rader, também conhecido como BTK (Bind, Torture, Kill). Na série ele vem sendo retratado desde a primeira temporada e agora começa a caçar as primeiras vítimas. Tudo indica que este será o maior desafio dos agentes.

A segunda temporada de Mindhunter cativa de vez quem gosta de psicologia, drama policial, suspense e por quê não, terror. David Fincher é o produtor da série e dirigiu alguns episódios. Consagrado com filmes como Seven (1995), Fight Club (1999), Zodiac (2007) e Gone Girl (2014), ninguém melhor que ele para trazer todo o suspense obscuro que o tema serial killers precisa. Resta ao público aguardar pela terceira temporada, e depois da primeira e da segunda, as expectativas são altas.