Crítica | Bad Boys Para Sempre (Bad Boys For Life) [2020]

Nota do Filme:

Dezessete anos depois do segundo filme da franquia Will Smith e Martin Lawrence se unem novamente para Bad Boys Para Sempre,revisitando os papéis dos policiais Mike Lowery e Marcus Burnett, respectivamente. Diferente dos longas anteriores, dirigidos por Michael Bay, este conta com a direção de Bilall Fallah e Adil El Arbi, mas mantém o mesmo tom. Seguindo a fórmula dos outros, Burnett tem intenção de deixar a dupla, dessa vez para se aposentar, enquanto Lowery insiste em que eles permaneçam juntos para mais um trabalho.

Após Mike levar alguns tiros e quase morrer, ele não mede esforços para assumir o caso e encontrar o culpado. Ocorre que o capitão Conrad Howard (Joe Pantoliano) não permite que o detetive comande a operação e apenas concorda, relutantemente, que ele atue como consultor da AMMO (Advanced Miami Metro Operations), nova equipe do departamento de polícia, destinada a resolver o caso. Eles partem em busca de Armando Aretas (Jacob Scipio), responsável pelo atentado contra o personagem de Smith.

A AMMO foi criada para conferir um frescor à trama, trazendo rostos novos como Kelly (Vanessa Hudgens), Rafe (Charles Melton), Rita (Paola Núñez) e Dorn (Alexander Ludwig). Contudo, são personagens pouco desenvolvidos que servem para dar continuidade à franquia e, sobretudo, garantir o interessante choque entre o modo de execução dos mais velhos e o da nova geração que, por exemplo, utiliza drones e todo tipo de aparato tecnológico a seu favor. A obra consegue manter o elenco base, mas cede espaço para os novos integrantes mostrarem seus potenciais, apesar de perder a oportunidade de apurar a relação entre eles.

O enredo é repleto de conveniências para facilitar seu andamento, como em uma passagem em que a equipe encontra uma pista sobre alguém no dia do aniversário deste e, tão logo, descobre o local onde o investigado comemorará a data, com base apenas naquela informação. A história é forçada, conta com uma perda para renovar o elenco, apostando em uma provável continuação e que serve também como motivação para alguns personagens. A trama cria amarras no passado de Lowery para ele superar neste, de modo a amadurecer o personagem e justificar sua característica solitária. Todavia, não convence, atestando que a narrativa não é o forte da franquia.

A sacada do roteiro foi parecer uma novela mexicana e gracejar com isso, em uma demonstração de que o filme não se leva a sério. Tal como os antecessores possui ação, comédia e um pouco de nostalgia fazendo referência aos primeiros e uma homenagem a Michael Bay, que faz uma ponta no longa. Os fãs da franquia devem gostar deste terceiro capítulo e reconhecer as falas e cenas que reproduzem os anteriores, mas além de trazer novos personagens e uma trama melodramática, insiste no humor com a idade dos protagonistas e repete a fórmula já conhecida desde Máquina Mortífera.

Abusa de conveniências, repete piadas e se esforça em exagero para firmar uma trama medíocre. Não fosse o carisma dos protagonistas e a consolidação de uma franquia, talvez não tivesse qualquer impacto. Contudo, é um entretenimento para divertir que possui o mérito de não se levar a sério e de reunir personagens com o mesmo vigor e a mesma química do primeiro, de 25 anos atrás, além de uma ótima sintonia no resgate de seus antigos papéis.

Bad Boys para Sempre estreia em 30 de janeiro de 2020 nos cinemas.

Direção: Bilall Fallah, Adil El Arbi | Roteiro: Chris Bremner, Joe Carnahan, Peter Craig | Ano: 2020 | Duração: 124 minutos | Elenco: Will Smith, Martin Lawrence, Vanessa Hudgens, Alexander Ludwig, Charles Melton, Joe Pantoliano, Paola Núñez, Jacob Scipio, Kate del Castillo, Nicky Jam, Theresa Randle, D.J. Khaled, Happy Anderson, Bianca Bethune, Dennis McDonald, Michael Bay, Massi Furlan.