Crítica| Aniara (2018)

Nota do Filme :

Drama de ficção científica é capaz de provocar a reflexão e o debate sobre questões importantes da condição humana como o escapismo, o luto, o trauma e o nosso lugar no universo.

O longa sueco dirigido por Hugo LiljaPella Kågerman retrata a vida dos passageiros da nave Aniara depois que a mesma sai do curso para o planeta marte. Nos créditos iniciais é possível ver o planeta Terra colapsando com incêndios, inundações e outros desastres implicando na necessidade da raça humana abandonar a Terra e colonizar Marte.

Aniara é abastecida com todo o tipo de conforto para garantir que os seus passageiros consumistas possuam uma viagem tranquila e relaxante. A bordo há a Inteligência Artificial chamada Mima que alivia possíveis transtornos psicológicos dos passageiros por meio da reprodução de suas memórias na terra.

Entretanto, um problema técnico faz com que o combustível de Aniara seja lançado no espaço e que a nave saia de seu percurso de três semanas para Marte e vagueie no vazio do espaço. É aqui que o filme realmente começa.

O filme Aniara é uma adaptação do poema de Harry Martinson e retrata perfeitamente a sensação de escapismo e perda de propósito que marcam as condições humanas em relação ao nosso lugar no universo. A obra é capaz de discutir temas perpendiculares como a religião e a crítica ambiental como forma de apresentar a necessidade de pertencimento inerente a humanidade.

O longa se destaca na sua execução desenvolvendo uma história que mantém a tensão no telespectador enquanto ele acompanha o desenrolar dos eventos pela perspectiva dos tripulantes. É possível afirmar que apesar do longa não possuir grandes nomes do cinema, desde a atuação até a direção, ele apresenta uma produção digna de competir a atenção com outras obras de conceito similar como Passageiros de Morten Tyldum.