Crítica | A Morte Te Dá Parabéns 2 (Happy Death Day 2U) [2019]

Nota do Filme:

Após o sucesso de bilheteria “A Morte Te Dá Parabéns”, a Universal junto a Blumhouse anunciam a nova sequência que promete expandir os conceitos de reviver o mesmo dia repetidamente.

A sequência “A Morte Te Dá Parabéns 2” introduz o conceito do multiverso na franquia, mostrando o ponto de vista de outros personagens, ignorando conceitos e conflitos do primeiro filme. A obra se inicia no final do seu antecessor, agora Ryan (Phi Vu) é afetado pelo castigo que Tree (Jessica Rothe) sofreu antes, mas logo isso é ignorado, pois foca nos seus dramas familiares e seu interesse romântico recém estabelecido.

O filme conduz algumas cenas cômicas que encaixam com a atmosfera do primeiro, a atriz principal ainda mantém o mesmo carisma, consegue mostrar muito com um papel tão simplório. E isso é o que “A Morte Te Dá Parabéns 2” tem a fornecer de satisfatório. Pois, as mesmas propostas do enredo do primeiro filme são aplicadas, com o plot do multiverso por cima: a evolução pessoal, o romance florescendo, o aniversário ligado ao luto e a identidade misteriosa do assassino. Este que é completamente isolado pela trama que prefere se focar numa disputa entre estudantes e corpo docente.

Um problema gravíssimo é a captação sonora feita para essa obra que é tão amadora e mal finalizada, já que é possível ouvir as vozes dos personagens abafadas e com ruídos que seriam facilmente removidos por uma boa captação, erro amador.

A obra não respeita suas próprias regras determinadas, o inicio estabelece que todos acabam afetados pelo “dia da marmota”, mas a partir do segundo ato somente a protagonista é afetada realmente. O gênero do filme muda logo no primeiro ato de “slasher movie” para ficção científica com aventura, o que desrespeita completamente o primeiro filme e o universo já estabelecido pela franquia. Além de perder força narrativa, quando momentos dramáticos sem carga emotiva são apresentados em uma história que seria considerada uma grande galhofa.

A direção de Christopher B. Landon, o qual assume o roteiro dessa obra, é fraca e perde muito do que era interessante na anterior, como por exemplo: a mudança de visão estética a cada vez que a protagonista revivia o dia. Nesse filme, a direção parece fora de controle o tempo todo, quanto mais o roteiro se perde em suas contradições, mais a direção perde o foco em contar uma história coesa e ganha foco em mostrar cenas divertidinhas e planos visualmente mais elaborados, como um beijo apaixonado que não tem tanto efeito por já ter existido no primeiro longa. Alias, muitos planos são 100% reciclados do primeiro filme, então muita atenção ao assistir e notar como a direção precisou desses arquivos para preencher um filme que não precisava ser tão longo.

“A Morte Te Dá Parabéns 2” é uma ficção científica que se passa por terror slasher, consegue entreter com a sua protagonista carismática, mas não conta uma história coesa e nem respeita seu próprio universo. Desmotivado, repetitivo e ambicioso.