Cinematologia na Copa – Portugal

O cinema em Portugal começou com exibições de curtas metragens, usando o cinematografo, porém ao invés de usar aquele inventado pelo Irmãos Lumiere, o país escolheu utilizar a tecnologia norte americana e então, usou o aparelho de Thomas Edison.

Com o passar dos anos, até chegar nos anos 40, o cinema nesse país avançou e deu ao mundo um dos maiores diretores já vistos na figura de Manoel de Oliveira. Muito se diz sobre o inicio do neorrealismo ter sido na Itália, com “Roma, Cidade Aberta” (1945) de Roberto Rossellini, porém, usando os mesmos princípios do movimento, Oliveira fez “Aniki Bobó” (1942), um filme simples, com crianças nos papeis principais, retratando uma Lisboa pouco mostrada.

Como parte da série especial Cinematologia para a Copa do Mundo 2018, segue a indicação de 4 filmes portugueses, que fazem o público conhecer e se apaixonar pelo país.

Quaresma. Dir: José Álvaro Morais. 2003

Esse filme de José Álvaro Morais é um estudo de personagem que tem sua força na dúvida entre ficar na sua terra natal ou se manter no país estrangeiro onde vive. Essa é a história de David que volta a Portugal para visitar parentes, ao se relacionar com pessoas que há muito tempo não via, fica em dúvida se quer mesmo voltar para Dinamarca.

A projeção fez parte da seleção de 2003 do Festival de Cannes, como parte da Mostra Quinzena dos Realizadores, que abrange curtas e longas metragens que não estão na competição pela Palma de Ouro.

Imagem: Divulgação

O Fatalista. Dir: João Botelho. 2005

Baseado no livro de Diderot que leva o mesmo nome, a obra dirigida por João Botelho, conta a história de Tiago, um motorista de ônibus, o qual acompanhamos sua jornada enquanto busca um sentido para a vida, essa que tem várias aventuras um tanto quanto desconcertantes.

A direção do filme revela traços de estilo parecidos com os de Manoel de Oliveira, principalmente ao ter como ponto de partida um personagem, mas ao mesmo tempo buscar fazer um retrato de um país.

Imagem: Rosa Filmes / Divulgação

Morrer como um homem. Dir: João Pedro Rodrigues. 2009

A obra conta a história de Tonia (interpretado por Fernando Santos), um ex-soldado que quer, a todo custo, apagar o seu passado como homem, após passar pela transição, tudo isso enquanto lida com o seu filho, com sua vida amorosa e com a aposentadoria dos palcos.

O filme fez parte da Mostra Um Certain Regard na edição de 2009 do Festival de Cannes e foi muito bem recebido pela crítica. Além disso, ele foi o filme de abertura do Festival Queer Lisboa nesse mesmo ano.

Imagem: Divulgação

O Estranho caso de Angélica. Dir: Manoel de Oliveira. 2011

O maior diretor da história de Portugal nunca parou de se adaptar e de fazer novos filmes. Esse trabalho, que foi o filme de abertura da Mostra Un Certain Regard na edição de 2011 do Festival de Cannes, prova isso, utilizando dois gêneros distintos em um só filme.

Ao ser chamado para tirar a última foto de Angélica, Isaac se apaixona pela moça. Depois de ter feito o trabalho, o rapaz passa a ver o fantasma da amada e a relação de amor platônico (se essa é a palavra certa nesse caso) se desenvolve, tudo isso ocorre nos anos 50.