Cinematologia na Copa – Colômbia

A Colômbia certamente é conhecida pelos fãs de futebol, sobretudo os sul-americanos. Isto porque o país é sempre um adversário complicado na Copa Libertadores, uma vez que, ao jogar em casa, já está habituado à alta altitude de seus estádios.

Também é tradicional da Copa do Mundo. Na década de 90 viveu a sua era de ouro e contava com jogadores como Carlos Valderrama e René Higuita. Atualmente, pode-se dizer que a seleção revive essa era. Em 2014, comandada por James Rodriguez e embalada por uma boa campanha na competição, o país alcançou a 4ª posição no ranking da FIFA, comprovando, assim, a sua boa fase.

Entretanto, a indústria cinematográfica do país não possui grande relevância no cenário internacional. Nesse sentido, o governo tentou estimular essa área com a criação da Companhia de Fomento Cinematográfico (FOCINE), na década de 70. Todavia, a companhia teve que ser liquidada no começo da década de 90.

Felizmente, assim como nos campos de futebol, o cinema da nação colombiana vem em uma nova crescente. Em 1997 foi criado o Fundo Misto de Promoção Cinematográfica com o objetivo de incentivar a indústria cinematográfica do país. Posteriormente, em 2003, foi aprovada a Lei do Cinema, o que auxiliou ainda mais a produção cinematográfica.

Nesse sentido, o país tem sido figura constante em festivais internacionais de cinema. No ano de 2009 a nação colombiana participou do renomado Festival de Cannes com o longa Los Viajes del Viento, que acompanha Ignacio Carrillo (Marciano Martínez), músico que viaja o norte do da Colômbia tocando o seu instrumento que, segundo ele, é amaldiçoado, pois teria pertencido ao Diabo.

 

 

O país também tem presença garantida na Mostra Internacional de Cinema que ocorre em São Paulo. A 41ª Mostra, que será entre os dias 19 de outubro e 1º de novembro deste ano, conta com 5 filmes colombianos na programação, dentre eles o documentário Jericó, El Infinito Vuelo de los Días, que trata da realidade das mulheres do povoado de Jericó e as suas respectivas identidades.

 

 

Dessa forma, seguem algumas indicações do cinema colombiano para aqueles que buscam se aprofundar na cultura de um de nosso companheiros latino-americanos:

Karen Chora no Ônibus (Karen Llora en un Bus)

 

 

O filme conta a história de Karen (Ángela Carrizosa Aparicio) que, após 10 anos de casamento, percebe que cometeu um erro. Após deixar a sua residência, torna-se amiga de Patrícia (Maria Angelica Sanchéz), mulher mais jovem e independente. Assim, a personagem busca a sua própria identidade.

Trata-se de um filme que busca abordar a ótica feminina em um mundo patriarcal.  A protagonista deve se soltar não apenas de suas próprias amarras como também lidar com o que a sociedade espera de uma mulher em seu lugar. Nesse sentido está a sua própria mãe, que desincentiva a jornada da filha.

Alias María (Alias María)

 

 

No longa acompanhamos a história de Maria (Karen Torres), uma criança de 13 anos recrutada pela guerrilha como uma soldado. Junto de 3 soldados a personagem recebe a missão de entregar o bebê recém-nascido de seu comandante. Grávida, não pode deixar que o seu segredo seja descoberto, uma vez que a gravidez é algo proibido pela guerrilha.

A narrativa busca mostrar o conflito pelo olhos de uma pessoa feita soldado ainda criança. Assim, ao mesmo tempo que se trata de uma situação evidente dramática, o longa conta com certa inocência por parte de sua protagonista.

O longa foi um dos participantes do Festival de Cannes de 2015.