8 PARA O DIA 8: OITO FILMES QUE MOSTRAM A FORÇA DAS MULHERES NO CINEMA.

O dia 8 de março marca o dia internacional da mulher, está data esta rodeada de lutas igualitárias que as mulheres sempre travaram mediante seu posicionamento na sociedade. Muitos foram, e ainda são, estes conflitos que o cinema utilizou para exemplificar essa luta feminina contra uma sociedade patriarcal, machista e misógina. O que iremos trazer aqui hoje é uma homenagem da Cinematologia a todas as mulheres com oito filmes que nos ajudam a perceber como a mulher vem ganhando cada vez mais destaque no âmbito cinematográfico em papeis principais, histórias críticas, e enredos para além de linhas romantizadas.

 

1# Star Wars – Episódio VII – O Despertar da Força

Poster do filme com a protagonista Rey

A sequência de Star Wars ganhou uma sobrevida no último filme lançado, o protagonismo feminino encontra-se visível nesta nova trilogia que inicia-se com o Despertar da Força. A personagem Rey (Daisy Ridley) uma catadora de lixo que tem seu destino revelado pelo caminho Jedi é o reflexo de uma ascensão feminina a lugares antes inalcançáveis ou distante para esse público. Vale lembrar dos últimos episódios (IV,V e VI) de outra personagem feminina a eterna Princesa Leia vivida pela imortal Carrie Fisher foi a protagonista na primeira trilogia da série. Star Wars – Episódio VII: O despertar da Força mostra o fortalecimento do empoderamento feminino no protagonismo da série, que antes era dotado somente ao público masculino.

 

 

2# Tudo sobre minha mãe

Poster promocional

Tudo sobre mi madre é um filme dirigido por Pedro Almodóvar que lida com temáticas que estão bem distante da zona de conforto de muitas das pessoas. Trabalhando com a transversalidade, a AIDS, a religiosidade, e principalmente a Identidade sexual, o filme conta a história de Manuella (Cecilia Roth) que no dia que iria contar sobre a verdade do pai de seu filho, ela ver o seu único filho morrer no dia do aniversário do jovem. Tudo Sobre minha Mãe é antes de tudo uma obra prima do cinema tecido a fios de ouro por Pedro Almodóvar, que mostra como a presença feminina é memorável nesta obra e de como a forma feminina tem a capacidade de recobra mediante as mudanças, podemos perceber como a personalidade do personagem Manuella é representada num mix de sentimentos próprios dos quais só aqueles que puderam assistir pode interpretar.

 

3# Frida

“Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade.” Frida Kahlo

A Pintora Mexicana Frida Kahlo é um símbolo de luta e liberdade dos próprios padrões morais pré-estabelecidos pela sociedade machista opressora. No filme Frida é interpretada por Salma Hayek, onde nele mostra um pouco das experiências de vida da Frida em seus relacionamentos com o seu marido e parceiro nas Artes Diego Rivera, o político Leon Trostky e os diversos relacionamentos Bissexuais dos quais ela vivia. Mulher de personalidade forte, fazia de suas pinturas não meramente como algo subjetivo, mas como a própria expressão de seu ser pois nitidamente a Frida era uma mulher muito a frente de seu tempo.

 

4# As Horas

Com um elenco de prestigio As Horas é um daqueles filmes que nos prende e nos ajuda a se identificar com tantas coisas diárias numa perspectiva de observação sobre os personagens de forma ímpar. O filme apresenta três mulheres distintas, de épocas distintas, e que tem em comum um livro da autora Virginia Wolf (Nicole Kidman). Nos anos 20 temos a nossa primeira mulher Virginia Wolf, escritora, depressiva, melancólica autora do Mrs. Dalloway. Nos anos 50 temos a segunda mulher Laura Brown (Julianne Moore), dona de casa, com muitos questionamentos de sua vida e leitora de Mrs. Dalloway. E nos tempos atuais a terceira mulher Clarissa Vaughn (Merlyl Streep) editora conceituada que cuida de seu ex marido que esta com AIDS. O filme reflete como as três mulheres vivem dilemas parecidos em épocas distintas e de como esses dilemas são reflexos das vidas das quais eles vivem numa optica emocionante. O que percebemos aqui não é somente um protagonismo feminino, mas sim de vários protagonismos e sem dúvida a inegável desolação psicológica apresentada pelos personagens é fenomenal.

 

5# A Cor Púrpura

Whoopi Goldberg no papel de Celie

De Steven Spielberg um dos filmes mais tocantes dessa lista sem sombras de dúvidas é este. Dor, sofrimento, risos, ódio, raiva e lágrimas, A Cor Púrpura é uma mistura de sentimentos que vivemos a cada minuto da obra, aqui o protagonismo é feminino negro! A carne humana é negociável, descartável, nitidamente fria e rodeada pelo medo, a jovem Celie (Whoopi Goldberg) busca em seus escritos uma forma solitária de ser ouvida, as narrações colocadas estrategicamente no filme retratam realidades de problemáticas que vão além das telas do cinema.

 

6# As Sufragistas

“Nós não queremos quebrar as leis. Nós queremos fazer as leis” As Sufragistas

As Sufragistas é um apanhado histórico digno de estudo para compreender melhor o porquê do dia 8 de março ser o dia internacional da mulher. Encontramos aqui um dos diversos momentos históricos de lutas do movimento feminista que com inicio na europa desde o final do século XIX. A luta por direitos igualitários como jornada de trabalho mais justas, direito ao trabalho, direito ao voto são algumas das reivindicações que as mulheres lutavam, toda uma opressão secular é respaldada numa subjugação do sexo masculino perante o feminino e em as Sufragistas o resultado dessa opressão e mostrada com força e luta.

 

7# Nise – O coração da loucura

Glória Pires no papel de Nise da Silveira

Nise da Silveira foi uma renomada médica psiquiatra alagoana que dedicou sua vida à psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas agressivas de tratamento de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia. No filme Nise é vivida por Glória Pires onde depois de sete anos afastada da psiquiatria, presa, subjugada pela sociedade repressora ela volta a clinicar Nise é a representatividade da imagem feminina, empoderada, dona de técnicas revolucionarias  que constrangia e incomodava uma sociedade machista, onde Nise encontra na Arte um método de tratar a psiquiatria demonizada pela sociedade.  Nise da Silveira não concebia a arte separada da vida, teatro alheio à existência, loucura como doença, artista como momento profissional. Louco, artista e terapeuta ocupacional, como ela preferia se chamar, ao lado de bichos, amigos e amorosidades, atentam contra as estabilidades. Um filme nacional que mostra a imparidade de uma mulher nordestina, que pouco calou-se mediante a sociedade machista.

 

8# Valente

O começo dos anos  2000 o protagonismo feminino nas animações passa a ganhar mais destaque, e em 2012 os estúdios Disney-Pixar apresentam Valente, obra que tem como protagonista a jovem de cabelos ruivos chamada Merida. No filme Merida é contra todos os padrões de “princesinhas” que a ela são impostos, ela foge destes padrões na verdade, resultando numa jovem que é dona de si mesma, aventureira e guerreira, que luta pelos adventos de uma família patriarcal que quer força-la a viver sobre a sombra de tradições das quais ela não se encontra. Valente é uma obra voltada a um público infantil onde é necessária para representar a figura feminina autônoma, longe de uma submição patriarcal onde perpassa esse discurso de forma suave e parcial.

 

*Menção honrosa

Nossa, essa lista tem muitos filmes que ficaram de fora né verdade? Aposto que tem vários que todxs aqui gostariam de ter visto nessa lista, porém optamos por colocar aqui uma menção honrosa que vale muito o respeito para serem vistos que são: 1) Mulher Maravilha 2) Estrelas além do tempo, 3) Millennium os homens que não amavam sequencia, 4) Alien o oitavo passageiro, 5) Lady vingança, 6) Frozen, 7) Mad Max e 8) Azul é a cor mais quente. Gostou de nossa lista? E das Menções Honrosas? Quais filmes vocês colocariam que ficou de fora? Estamos esperando seus comentários! E Feliz dia Internacional das Mulheres.