Crítica | 50 são os Novos 30 (Marie-Francine) [2018]

Nota do Filme:

50 São os Novos 30 acompanha a vida de Marie-Francine Doublet (Valérie Lemercier), uma pesquisadora química casada com Emmanuel Doublet (Denis Podalydès) e mãe de Clémence (Marie Petiot) e Margot (Anna Lemarchand). É surpreendida pelo marido quando ele afirma que irá deixá-la porque se apaixonou por uma mulher mais jovem. Inconformada, a protagonista sai de casa e logo depois descobre que também foi dispensada de seu trabalho.

Desse modo, se vê forçada a retornar à casa de seus pais, Annick Legay (Hélène Vincent) e Pierric Legay (Philippe Laudenbach). Busca restabelecer sua vida e, eventualmente, consegue um emprego em uma loja de cigarros eletrônicos próximo ao restaurante no qual Miguel Maraõ (Patrick Timsit) trabalha. Com histórias semelhantes, ambos vão descobrindo sentimentos um pelo outro.

Crises de meia idade são um tema recorrente no cinema. A temática permite, inclusive, diversas direções, que variam desde dramas mais pesados até comédias mais leves e alegres, com uma visão mais otimista da situação. 50 São os Novos 30 está, definitivamente, na segunda categoria.

 

 

Importante ressaltar que, evidentemente, isso não quer dizer que não haja momentos mais tensos no filme. Ao contrário, a obra tece certos comentários acerca do tratamento dado à mulheres que alcançam determinada idade, principalmente pelo seu cônjuge. Todavia, é inegável a leveza empregada por Valérie Lemercier, que também interpreta Marie-Noëlle, irmã de Marie-Francine, dirige o longa e assina o roteiro, junto de Sabine Haudepin.

A começar pelo retorno da protagonista à casa de seus pais, cenário que, invariavelmente, criará cômicos atritos. Afinal, por mais que haja boa intenção por parte dos genitores, sua constante infantilização da filha faz com que a convivência seja muito complicada para Marie-Francine.

Sua relação com Miguel é bem desenvolvida. Ambos possuem muito em comum, de modo que é natural que encontrem apoio um no outro. Não seria, porém, uma comédia romântica sem situações de conflito entre o casal principal. Felizmente o filme é bastante competente em estabelecer esses mal-entendidos sem exageros.

 

 

Isto é, em obras do gênero há uma crítica muito comum – e pertinente – acerca da pouca credibilidade da situação. Por vezes são cenários em que uma simples conversa seria o bastante para solucionar a desavença, mas, por preguiça, o roteiro a mantém. Não é o caso com 50 São os Novos 30, de modo que essas crises são solucionadas de maneira crível, até mesmo pela idade dos envolvidos, o que aumenta a verossimilhança da história.

As atuações são boas, dentre as quais algumas se destacam. Valérie Lemercier é bastante envolvida com o projeto e esse sentimento fica nítido devido através de sua performance. Hélène Vincent, responsável por algumas das cenas mais engraçadas do longa, transmite a constante sensação de estar se divertindo a todo momento, o que torna tudo a experiência muito mais intimista.

 

 

É justo dizer que não temos, aqui, um filme inovador. Na realidade é justamente o contrário, trata-se de uma história conhecida e bastante executada. Entretanto, a combinação de atuações sólidas com um roteiro leve e divertido cria uma comédia romântica com coração e que, certamente, será capaz de alegrar a qualquer tipo de espectador.