“Tudo e todas as coisas” tem um quê de filme indie desde os seus primeiros segundos. Cenas que mesclam animações com a narrativa e uma trilha sonora suave delineiam o aspecto usual dos romances adolescentes.
O filme, baseado num livro de mesmo nome, conta a história de Maddy, uma adolescente que tem SCID (doença que faz com que ela seja alérgica a quase tudo). Maddy vive então confinada desde pequena em sua casa.Esse desvio na vida de Maddy, junto a temática voltada aos jovens, acaba por remeter aos livros de John Green (autor de “A culpa é das estrelas”). O ponto de virada na vida de Maddy é o surgimento de seu novo vizinho, um garoto chamado Olly.
Olly e Maddy começam a se relacionar como podem, visto a proibição da aproximação dos dois. O amor entre eles começa a se construir com base em diálogos, por mais que as dificuldades de comunicação persistam no inicio. Começa então o florescer de algo que até então parecia distante da vida de Maddy, o desenvolver do primeiro amor.
Infelizmente, “Tudo e todas as coisas” acaba caindo na mesma alegoria de quase todos os filmes que abordam essa temática. Entretanto, apesar dos clichês, a obra se conduz de forma agradável, tornando-se um bom passatempo para o espectador.
Os pontos ápice do filme são aqueles que mostram o quanto coisas pequenas podem ser enormes para pessoas que passam pelo mesmo que Maddy passa. De certa forma torna-se até instigante acompanhar uma realidade que até então parece fora do comum. Outro ponto forte do longa são as metáforas constantes que Maddy faz com a figura de um astronauta, tornando a narrativa mais lúdica.
“Me sinto como um astronauta. Presa no espaço.“
E Maddy, como um astronauta, estava a ponto de alçar vôo de volta para terra. O surgimento de Olly acaba sendo o combustível que faltava para isso. Rumo a liberdade, vemos Maddy quebrando a redoma que ela nunca escolheu ter.
“Quando converso com ele, sinto que estou lá fora.”
Com esse ritmo suave, lembrando-nos constantemente da nossa fase adolescente, “Tudo e todas as coisas” vai caminhando. O filme peca ao tornar-se deveras previsível, mas cumpre bem a proposta que faz. As vezes precisamos de uma válvula de escape, um filme mais tranquilo ou simplesmente que não exija tanto de nós… e tem obras que mesmo não sendo exemplares cumprem essa finalidade muito bem, trazendo-nos uma vibe tranquila. “Tudo e todas as coisas” é uma delas.