O retorno triunfante de House of Cards

Netflix/Divulgação

House of Cards retornou para seu quinto ano nesse dia 30/05 trazendo a primeira temporada sem seu criador, Beau Willimon, assumindo seu lugar Frank Pugliese e Melissa James Gibson, e a qualidade se manteve no mesmo nível para melhor, no mínimo. Temos aqui a temporada mais brutal de todas, que carinhosamente vou chama-lá de temporada de queima de arquivo. O porque desse apelido? Assista para entender.

A série retorna no exato momento que parou, aonde o casal de protagonistas enfrentam as eleições e a ameaça terrorista do OCI, claramente inspirado no Estado Islâmico, depois dos acontecimentos fatídicos da quarta temporada, em que a dupla Underwood iria tentar se manter no poder utilizando do terror, ou do medo da ameaça terrorista. Além de todos os pormenores, como o embate do governador de Nova York na resolução do sequestro dos reféns, de Tom se tornando amante e confidente de Claire e a reportagem de Tom Hammerschmidt degringolando consequências para Frank.

House of Cards

Nesse novo ano, conhecemos melhor Will, o governador de Nova York e concorrente de Frank, que consegue bater de frente com o presidente na política, desenvolvendo seu personagem com as consequências que vão ocorrendo no decorrer da eleição até seus momentos de surtos durante ela, enquanto está no embate contra a guerra ao terror que Underwood vem martelando na cabeça das pessoas. Mal sabia ele que era mais um no tabuleiro político americano.

Além disso, temos o desenvolvimento arrebatador de Claire durante a temporada, disparada a personagem que mais cresce durante a série, e a que mais cresceu na temporada, pois além dela fazer parte da trama principal que irá ter uma reviravolta inesperada (sim, você não vai perceber), ela se mostra como uma personagem mais forte ainda, sendo que antes já era poderosíssima, seja por dosar os conflitos internos com Tom ou seja para tomar decisões que afetem a vida do casal Underwood. E, após a quebra da quarta barreira na temporada anterior, seria difícil achar algo que superasse aquilo. Achou errado colega, cena final mais que surpreendente, que terão repercussões drásticas para Claire na temporada seguinte. Contudo, faltou um pouco mais da personagem falando com o telespectador, o que é explicado por ela logo depois. Premiações preparem-se, este é o ano de Robin Wright.

Claire e Frank

Apesar de Claire ser a dona da temporada, Kevin Spacey rouba a cena em diversos momentos, seja em algum discurso cativante ou até mesmo seus monólogos arrebatadores diante da câmera, fazendo com que seja o congressista mais corrupto que todos amamos. Além de Doug, LeAnn e Seth ganharem um espaço ainda maior dentro da narrativa, conseguindo ser mais relevantes que o usual, além de reservaram uma surpresa para o final da temporada. Afinal, não é qualquer presidente que pensa em ganhar a eleição se utilizando do medo do terrorismo.

Falar do desenvolvimento de cada personagem em cada núcleo seria muito extenso, logo um resumo será mais prático. Tom terá um relacionamento conturbado esse ano, The Washington Herald se tornará cada vez mais ativo, o Congresso e o Senado ficam mais inflamados ainda, têm-se a volta de personagens utilizados nas temporadas anteriores que afetam o rumo da história, além de ter uma cena final tão épica quanto o final da segunda ou quarta temporada. No mais é só assistindo para compreender a qualidade desse ano.

Logo, apesar da narrativa se alongar no fato de mostrar o resultado da eleição, isso não desmerece a temporada como um todo pois acaba se tornar a parte de um todo, além de ser a temporada que as tensões das relações entre os personagens estarem a flor da pele, levantando a questão: em quem confiar? Lembre do apelido carinhoso que coloquei nessa temporada, queima de arquivo, e entenda por si mesmo porque esse ano foi brutal em Washington.