Morreu na noite de ontem (25) a cineasta Suzana Amaral, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. A causa da morte não foi divulgada, mas a família afirma que o óbito não está relacionado ao novo coronavírus, conforme informou a Folha.
Suzana dirigiu ‘A Hora da Estrela’ (1985), baseado no livro homônimo de Clarice Lispector. O filme foi premiado no Festival de Berlim, que concedeu a Suzana o Prêmio da Crítica por melhor direção, além de uma indicação ao Urso de Ouro.
O longa também levou seis prêmios no Festival de Brasília: Melhor Ator (José Dumont), Melhor Atriz (Marcélia Cartaxo), Melhor Fotografia (Edgar Moura) Melhor Diretor (Suzana Amaral), Melhor Edição (Idê Lacreta) e Melhor Filme.
Um ícone para cineastas mulheres
‘A Hora da Estrela’ foi a indicação brasileira à categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar de 1986. Demoraria 30 anos até que outra mulher fosse escolhida pelo Brasil para representá-lo na premiação: Anna Muylaert com ‘Que Horas Ela Volta?’ (2015).
Depois de ganhar o Prêmio da Crítica em Berlim, Suzana passou a ser inspiração para uma geração de cineastas.
À Folha, a filha Flávia disse que a mãe deixa um legado no cinema. “Ela trouxe para o cinema brasileiro uma nova linguagem, uma poética que era só dela, além de ter sido uma mãe maravilhosa”, diz.
Suzana deixa nove filhos e mais de 20 netos.
Jornalista e curioso pelo mundo. Apaixonado por imagens bonitas, diálogos bem escritos e Krzysztof Kieslowski.