No final de 2013, uma jovem brasileira de 17 anos se suicidou após ter um vídeo íntimo vazado na internet. Isso inspirou o diretor mineiro Cris Azzi a fazer um filme que abordasse o cyberbullying, um problema tão sério entre os adolescentes. O resultado foi o longa-metragem Luna, que estreia no dia 10 de outubro no circuito comercial brasileiro.
O filme já chega aos cinemas tendo levado menção honrosa pela atuação de Eduarda Fernandes, que interpreta uma das protagonistas, no Festival do Rio de 2018. Antes, Luna já havia sido apresentado no 51º Festival de Brasília.
O longa conta a história de Luana e Emília, duas adolescentes que se conhecem e logo desenvolvem uma intensa amizade. Vivendo as expectativas e emoções da transição para a vida adulta, elas mergulham numa jornada de experimentação e autoconhecimento. Mas esse é um caminho cheio de surpresas e qualquer exposição indesejada pode trazer sérias consequências.
Além do cyberbullying, Luna retrata temas como a descoberta da sexualidade feminina, a autoexposição favorecida pelas mídias sociais, a busca por novas experiências, por pertencimento e autoafirmação. O diretor explica que o filme “coloca à prova aspectos como liberdade e preconceito, abuso e julgamento moral”. Ele completa dizendo que, para além dessa camada, “Luna se orienta na potência do encontro com o outro, no amor e nas suas contradições”.
Esse é o primeiro filme de ficção de Cris Azzi. O diretor estreou em 2007 com o documentário “Sumidouro”, exibido na Mostra Competitiva do Festival “É Tudo Verdade”. Seu segundo documentário, “O Dia do Galo”, com co-direção de Luiz Felipe Fernandes, foi o vencedor do júri popular da Mostra de Cinema de Tiradentes em 2015. Além disso, Azzi já colaborou com grandes nomes do cinema nacional, como Paul Leduc e Anna Muylaert.
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