A Fox vem se tornando pioneira ao renovar um dos gêneros mais rentáveis atualmente da indústria cinematográfica: filmes de super-heróis. Após o sucesso de público e crítica de Deadpool, que obteve duas indicações ao Globo de Ouro e foi cogitado ao Oscar, o estúdio decidiu apostar novamente nessa fórmula e o resultado dessa vez foi Logan.
Depois de dois fracassos cinematográficos das aventuras solo de Wolverine, a Fox acerta em cheio ao dar uma despedida honrosa a Hugh Jackman do personagem, com um filme dramático e graficamente mais violento. Tinha que ser assim, para maiores de idade, senão não teria como ser desse nível altíssimo da produção.
Em uma narrativa que traz um Logan velho, cansado demais para lutar num mundo sem esperança, aonde não se tem mais notícias de nascimentos de mutantes, um Professor Xavier mais calejado com uma doença degenerativa e Laura, ou X-23, interpretada magistralmente por Dafne Keen. Alie esses fatores a uma narrativa densa com uma violência explícita e tem-se uma das melhores produções, se não a melhor, do gênero.
Além disso, não seria exagero cogitar Patrick Stewart a uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, por roubar diversos momentos durante o filme e por ser sua melhor interpretação do personagem. Imagine um dos mutantes mais poderosos, com o cérebro mais poderoso tendo uma doença degenerativa cerebral. Têm-se uma das fórmulas de criar o caos no mundo.
Hugh Jackman entrega também sua melhor performance do personagem, é visível o seu comprometimento com a atuação. E Dafne Keen que roubou a cena sem falar uma única palavra por quase 90 minutos de filme?
Talvez estejamos na entrada de uma nova era do gênero, que provou ser rentável para os estúdios, aumentando assim a qualidade do filme produzido. E já tem novos projetos com essa fórmula, Deadpool 2 vem aí, um filme da X-Force também, além da Sony estar planejando um filme do Venom nesses moldes. Alguém poderia avisar a Warner e a Disney para se arriscarem? Apenas 40 minutos de explosão durante duas horas não satisfazem mais.
Apaixonado por cinema, amante das ciências humanas, apreciador de bebidas baratas, mergulhador de fossa existencial e dependente da melancolia humana.