Às vezes, devido a uma série de fatores, não temos tempo de assistir um filme de duas horas, mas, ainda assim, temos tempo para vermos alguma coisa, com o objetivo de nos distrairmos da rotina.
Pensando nisso, uma boa opção podem ser os curtas metragens. Pequenos filmes, com início, meio e fim, muitos podem ser achados facilmente, vale lembrar que muitos diretores famosos hoje, começaram sua carreira dirigindo curtas. Pensando nisso, aqui estão cinco curtas, que podem ser uma boa forma de começar a se aprofundar nessa modalidade.
Viagem a lua
Dirigido por Georges Melies, lançado no ano de 1902, essa obra clássica do cinema se tornou histórica devido a sua inventividade e por contar uma história da maneira mais diferente possível, e que viria a influenciar todo o cinema nos anos seguintes, se tornando quase obrigatório na instrução dos cineastas.
A obra conta a história de um grupo de cinco astrônomos que viajam a lua em uma capsula. Quando chegam lá, são capturados pelos selenitas, os habitantes do local, e testemunhamos a tentativa dos humanos de escapar. Os efeitos visuais e a disposição dos cortes continuam atuais, isso deixa claro a importância da projeção.
Um Cão Andaluz
Lançado em 1929, “O Cão Andaluz” possivelmente é a obra surrealista de maior sucesso e que não é um quadro (que fique bem claro). Com a direção de Luis Bunuel e o roteiro sendo escrito por ele e por seu amigo Salvador Dali, a projeção é basicamente uma sequência de acontecimentos, não interligados entre si, que completam um ao outro como um sonho.
Um sonho que trouxe uma das cenas mais conhecidas do cinema até hoje, a da mulher cortando o olho com uma navalha. Isso já dá uma ideia do nível onírico do filme.
Ilha das Flores
Talvez, esse seja o curta brasileiro mais conhecido, por ser muito popular nas escolas do país (onde este crítico o viu pela primeira vez) e também pela maneira que o diretor Jorge Furtado usou para contar a história.
Apesar de ser do ano de 1989, a história continua atual. O filme retrata a jornada de um tomate, desde quando este é plantado, passando pelo momento em que ele é vendido, consumido e por fim vai parar no lixo. Tudo isso para realizar um estudo da sociedade altamente consumista e que desperdiça muita coisa.
Recife Frio
Kleber Mendonça Filho, antes do sucesso de “O Som ao Redor” e “Aquarius”, no ano de 2009, lançava “Recife Frio”, filme de ficção que é mais real do que muitas obras com a intenção de serem fieis a vida.
Um meteorito caiu na cidade de Recife e como consequência não fez mais calor, gerando crises no setor de turismo e claro, agravando ainda mais o tratamento do governo para seu povo. Portanto, o filme é uma crítica social ferrenha aos costumes que o governo tenta (e na maioria das vezes consegue) difundir no governado.
Marina não vai à praia
Obra sensível como poucas conseguem ser, e inclusivas como todas deveriam ser, “Marina não vai à praia”, lançado em 2014, conta a história de uma menina, portadora de Síndrome de Down, que não vai viajar para o litoral com a sua irmã, sendo que a última fará sua viagem de formatura.
Somos convidados a ver como o cotidiano de Marina não muda, e como pessoas com Síndrome de Down são sim, normais e capazes de qualquer coisa, mesmo que a sociedade os tente desacreditar disso.
Formado em Jornalismo e apaixonado por cinema desde pequeno, decido fazer dele uma profissão quando assisti pela primeira vez a trilogia “O Poderoso Chefão” do Coppola. Meu diretor preferido é Ingmar Bergman, minhas críticas saem regularmente aqui e no assimfalouvictor.com