Mazelas sociais, drama familiar, Índia. Misturando tudo isso temos a receita de um melodrama que possui 6 indicações ao Oscar de 2017: Lion. Indicado a Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia e Melhor Trilha Sonora, Lion é um filme que parece mais uma propaganda de 129 minutos.
“Baseado em fatos, a trama conta a história de um menino indiano de 5 anos que se perde de sua família milhares de quilômetros longe de casa. Ele passa por muitos desafios até ser adotado por um casal da Austrália. 25 anos depois, ele sai em uma jornada em busca de sua família.”
Uma sinopse interessante, que apesar de parecer bem batida, é contada de uma forma melhor nesse filme, mérito do roteiro por não fazer o longa se tornar mais um drama sobre criança perdida. É a pedida perfeita para quem quer se emocionar facilmente, enquanto acompanha a jornada do jovem Saroo em busca de sua família biológica.
Contudo, o filme tem suas falhas, como a de tentar transformar o longa em uma jornada épica, superando todas as adversidades da vida, o que acaba não se concretizando. Méritos para a linda trilha sonora e para a fotografia, que graças a orquestração maravilhosa e para a sensacional ambientação das cenas, nos tocamos cada vez mais com o filme.
Dev Patel (o eterno Jamal) e Nicole Kidman estão bem em seus respectivos papéis, apesar de Dev interpretar Saroo em mais da metade do longa, conseguiu sua indicação como Ator Coadjuvante. Apesar de não gostar muito da Nicole, confesso que depois desse filme continuo não gostando.
Logo, Lion é um filme que foi feito para concorrer a prêmios, não vou dizer ganhar porque o filme é só mais um melodrama, com uma historia sensível de busca e reencontro, denunciando uma mazela social. E outro ponto que é curioso no filme é o nome, que o espectador só descobre o porque do longa se chamar Lion, sendo que o seu significado não muda a experiencia do longa.
Esse é um filme que logo mais será esquecido pelo tempo e pelas pessoas, pois melodramas baratos e sensíveis são lançados todos os anos, sendo que esse temos dois entre os indicados: Lion e Manchester By The Sea. É apenas uma questão de tempo ninguém se lembrar deles, não importa a quantidade de prêmios vencidos.
Apaixonado por cinema, amante das ciências humanas, apreciador de bebidas baratas, mergulhador de fossa existencial e dependente da melancolia humana.