Quem acompanha Homeland sabe que a série começou a desandar por volta da metade da terceira temporada, não deixando de ter seus excelentes momentos, uma tensão eletrizante, um sentimento de paranoia sobre tudo que envolve vigilância e um roteiro praticamente sem furos. Apesar de ter uma proposta interessante, todo fã sabe que a quarta e a quinta temporada não chegam perto da qualidade da primeira ou da segunda. Com isso, a sexta temporada acabou por parecer, em um primeiro momento, que seria algo parecido com as duas antecessoras, pois não se pensava em uma forma da série se renovar. Sim, crises políticas envolvendo terrorismo são ótimas se bem construidas mas não deve usar essa formula para sempre, deve haver uma reciclagem.
Ela estreou um pouco mais tarde do que de costume, quatro meses para ser exato, para os roteiristas trabalharem na historia com mais afinco, e o resultado não foi decepcionante, longe disso, foi revigorante para a série apesar de não fugir um pouco da fórmula. A nova temporada se passa em Nova York, dentre o dia do resultado da eleição presidencial até o dia da posse, trazendo Elizabeth Marvel como a primeira mulher eleita presidente, que está excelente no papel sendo um dos pontos fortes da temporada seus atritos com Dar Adal (F. Murray Abraham), trazendo todo o trauma pós-11 de setembro com a trama que é apresentada.
Talvez o desfecho que todos estão esperando é o de Peter Quinn (Rupert Friend), devido aos acontecimentos do final da quinta temporada, e o que posso adiantar é: surpreendente. O comportamento dele ao lidar com sua nova condição foi sublime, rendendo alguns dos melhores momentos desse ano na série. E não seria exagero dizer que essa atuação pode cavar uma vaga aos indicados aos prêmios de melhor ator coadjuvante, vide Emmy e Globo De Ouro.
Claire Danes continua brilhando como Carrie Mathison nessa temporada, a agente bipolar agora se aventura em Nova York como a advogada de uma ONG de defesa a comunidade muçulmana enquanto orienta a nova presidente dos Estados Unidos. Seu nome para a temporada de premiações já é certo. Além dela, Saul (Mandy Patinkin) ajuda a manter a excelente química entre os dois acabando por render ótimos diálogos.
E para você que cansou da série após os acontecimentos do final do terceiro ano, meu conselho é: de uma nova chance. Uma série que perdeu um pouco do seu charme mas ainda vale o tempo gasto. Essa nova temporada não decepciona, e tem um desfecho surpresa que pode ou não agradar a todos, sendo que o gancho para a próxima temporada está formado, de forma que te deixa ansioso. Então venha 2018, pois Homeland voltará com você.
Apaixonado por cinema, amante das ciências humanas, apreciador de bebidas baratas, mergulhador de fossa existencial e dependente da melancolia humana.