Quem imaginaria que em 2017 estaríamos ansiosos pelo filme solo da Mulher Maravilha? Quem diria que a Gal Gadot deu um banho em todos os haters como o maior fã service em BvS comparado a quando lhe anunciaram como intérprete da guerreira amazona no final de 2013? Eu lembro, você lembra, todos nós lembramos.
Mas o importante agora é o seguinte, faltam 15 dias para a estreia do Filme solo da Mulher Maravilha e a pergunta que não para de ser feita é “a DC e Warner Bros irão nos decepcionar novamente?”. Vamos conferir algumas notícias e expectativas sobre o primeiro longa de Super Heroína protagonizado e dirigido por mulheres da História!
Em tempos onde a representatividade deveria ser ponto chave em todas as obras e trabalhos, quando sabemos de casos de machismo, feminicídio, preconceito e intolerância, temos – quer queira quer não – um dos maiores símbolos feministas da História da Cultura POP, a Princesa Guerreira das Amazonas, Diana, ou comumente chamada, Mulher Maravilha, ganhando as telonas do mundo inteiro! E isso é motivo de sobra para ser amplamente comemorado.
Criada por Charles Moulton e suas duas esposas Elizabeth Marston e Margaret Sanger, em plena década de 40 (mais especificamente em1941), Diana surge não somente como uma personagem feminina para diferenciar-se de personagens masculinos, mas como símbolo de força, coragem, honra e graça (dos deuses). Influenciando crianças e não só mulheres ao redor do mundo, chegando a ser embaixadora da ONU, a Mulher Maravilha tornar-se um dos símbolos a serem inspirados principalmente por lutas que envolvem os excluídos de nossa sociedade. Mesmo se você não leu uma HQ da Mulher Maravilha, pode ter noção do que estou falando, não é mesmo? Foram muitas situações em que Diana pesou a razão e emoção para ajudar pessoas em estado de perigo ou vulnerabilidade social.
Atire a primeira pedra quem nunca falou mal da Gadot como escolhida para ser intérprete da Diana nos cinemas, ou até pensou em silêncio “ela é muito magra”? Pois bem, em 2014, quando Zack “Dark” Snyder divulgou sua primeira foto com a armadura (boob plate, really?) como guerreira amazona, nossos corações se encheram de esperança – pelo menos o meu – “vai ser real, minha personagem favorita nos cinemas”.
Com o orçamento de US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 358 milhões), Patty Jenkins, diretora do longa, se junta ao hall de algumas -poucas- mulheres diretoras a tocar um longa com esse orçamento, Kathryn Bigelow com o longa K-19: The Widowmaker (orçamento igual ou maior comparado a Jenkins), e a dupla Lana e Lilly Wachowski, com O Destino de Júpiter (2015) e A Viagem (2012), custando respectivamente US$ 176 milhões e US$ 130,5 milhões. Bigelow é a única das três diretoras que ganhou o Óscar de melhor diretora com Guerra ao Terror em 2010).
Patty Jenkis e Gal Gadot se esforçam bastante na divulgação do longa. Gal sempre posta fotos com camisas simbólicas e não perde a oportunidade de dizer o quanto a personagem a inspira. No twitter ambas conversam com fãs e postam notícias! Na Worden Con deste ano a Patty ficou rodeada de cosplayers e foi lindo vê-la perto das fãs, perto de quem vai receber o material feito com tanto carinho. Além de já despertar interesse em seguir na produção da sequência, percebemos o entrosamento entre elas e podemos imaginar o quanto foi proveitoso vê-las em ação.
All the Wonder Women! ✨ Director Patty Jenkins surprises fans at today's #WonderWoman Cosplay Meetup! #WonderCon pic.twitter.com/hctSgbKKZw
— Wonder Woman (@WonderWomanFilm) April 1, 2017
Esta semana, na premiére de Mulher Maravilha na China, Snyder confirmou a sequência da jornada de Diana, mas antes de ter ou não uma possível continuação, vamos falar sobre as expectativas para este que, segundo críticas, é o melhor filme de Super Herói do ano.
Expectativas:
- Quando Diana chega no “mundo dos homens” nos quadrinhos está se passando a Segunda Guerra Mundial, o roteirista Allan Heinberg achou melhor mudar para a primeira, então espero ver no filme o massacre da Primeira “Grande” Guerra da humanidade pela visão de soldados, mulheres da época, a ambientação e paleta de cores mudando a cada cenário – tivemos acesso a 5 minutos inéditos de filme da Mulher Maravilha e podemos dizer: foram lindas.
- Cenas de ação não hipersexualizadas – Sabemos que Hollywood não sabe bem enquadrar mulheres sem mostrar seu corpo de forma desnecessária, espero que em Mulher Maravilha Jenkins possa ter tido espaço em enquadrar cenas onde a força não só de Diana mas de todas as guerreiras sejam valorizadas. Quero ver mulheres badass, deixando homens derrotados no chão (obviamente pela técnica ser superior a deles), quero ver cenas de ações ritmadas sem serem óbvias. Quero sentar na cadeira do cinema e ver a Mulher Maravilha dar uma surra em seus inimigos!
- Amizade feminina sem interesse romântico – Quem lê as HQs sabe que Diana possui amigas, uma delas é Etta Candy, interpretada por Lucy Daves. A amizade entre elas transpassa costumes culturais, sentimos uma forte ligação e ver isso na telona será fantástico.
- Empoderamento feminino. “Ah, mas é óbvio ter empoderamento, olha de quem é p filme!” Não colega, não é óbvio. Infelizmente, não é. Mulher Maravilha foi altamente criticada por ter sido escolhida embaixadora da ONU para questões em 2016 e foi retirada do cargo no mesmo ano. Não podemos forçar que uma personagem que eu me sinta representada funcione de forma igual para todas as outras mulheres do mundo. Mesmo Gal sendo israelita, houveram muitas críticas sobre sua posição na guerra de Israel entre outras questões, a questão colocada neste ponto é o seguinte: se Jenkins conseguiu captar, como a própria Gal fala a “É uma história sobre uma menina se tornar uma mulher”[…] Acho que só uma mulher, que foi uma menina, pode ser capaz de contar a história da maneira certa”, sentiremos sim, o respeito pela história da personagem e um exemplo de força e solidariedade para todas as pessoas.
- Referências! Sim, lendo algumas críticas percebi a existência de algumas referências, quero muito poder reconhecê-las ao longo do filme.
Com toda a polêmica sobre a questão do Marketing para o filme, uma vez que a Warner deixa a cargo das fãs da Mulher Maravilha e de consumidoras de produtos com protagonistas femininas, como SuperGirl. Felizmente, o sucesso de produtos assim se dão de forma gradativa, acompanhando episódio por episódio. Concordo que a Warner perdeu uma mega oportunidade de fazer produtos e fechar parcerias com empresas de todos os portes para lançar o filme da MM, entretanto, por mais incrível e surreal, ainda me parece ser um senso comum tanto da Warner quanto de empresas parceiras em seguir a ideia “mulheres não consomem tais produtos”. Posso estar errada? Sim! Mas vamos lá, quantas empresas aqui no Brasil lançaram promoção ou estão investindo pesado em produtos como camisas, action figures ou fast food para o filme da Mulher Maravilha? Vamos comparar com Batman V Superman no ano passado e, melhor ainda, com Esquadrão Suicida. Não, não estou dizendo para avacalhar com o Marketing como fizeram com Leto e cia, quando a gente tinha a sensação de já ter visto o filme todo por causa da quantidade absurda de teasers, trailers e imagens? (antes fosse porque assim muita gente não teria gasto dinheiro pra ir ver no cinema) Estou falando de propagandas em ruas, Shoppings, avenidas, produtos que nerd gosta de consumir e mais ainda: incitar o desejo das pessoas irem ao cinema assistir ao primeiro filme de Super Heroína da História! Até este momento a playlist da Mulher Maravilha no canal do Youtube possui apenas 11 vídeos, ao passo de BvS com 31 vídeos, Esquadrão Suicida 30 e Liga da Justiça, com estreia para novembro com 9 vídeos!
O longa pode não ser como nós esperamos? Claro! Afinal, temos os vários dedinhos de Snyder no filme, mas ao mesmo tempo, a expectativa é imensa, por todos os pontos levantados aqui e pelo simples fato de ser uma das personagens ícones da Cultura Pop ao redor do mundo! Muito se espera sobre Mulher Maravilha, mas por enquanto, são nossas expectativas à flor da pele e a ansiedade que nos cerca.
“Quando você precisa parar um asteroide, você chama o Superman.
Quando você precisa resolver um mistério, você chama o Batman.
Quando você precisa parar uma Guerra, você chama a Mulher Maravilha.”
-Gail Simone.
Mulher Maravilha estreia no dia 01 de Junho no Brasil e no mundo.