Crítica | Dumplin [2019]

Nota do Filme:

Willowdean Dickson (Danielle Macdonald), uma jovem gorda, apelidada por sua mãe como Dumplin’ (fofinha), involuntariamente acaba dando início à uma revolução quando se inscreve no concurso de beleza da cidade, a fim de provocar sua mãe, a ex-miss e organizadora da competição, Rosie Dickson – interpretada por Jennifer Aniston -, e honrar a memória de sua tia, Lucy (Hilliary Begley).

Criada por sua amorosa tia, ao som de Dolly Parton, enquanto sua mãe se dedicava aos concursos de beleza da região, Will aprendeu como uma garota grande precisa ser forte diante de um mundo obcecado pelo que a mídia pauta ser belo e aceitável.

Com a morte da Lucy, Will acaba rodeada por caixas cheias de lembranças, enquanto procura pelo broche de abelha preferido de sua tia. Ao encontrar uma inscrição incompleta preenchida por Lucy, do concurso de miss que deu a coroa à Rosie, em 1991, a garota embarca no mundo de medidas e sorrisos perfeitos, ao lado da melhor amiga, Ellen Dryver (Odeya Rush), sendo surpreendida também pelo apoio da punk Hannah (Bex Taylor-Klaus) e da otimista Millie (Maddie Baillio).

O romance de Julie Murphy é uma ode à carreira de Dolly Parton. Adaptado por Kristin Hahn com direção de Anne Fletcher (A Proposta, 2009) o longa poderia ter tido um desempenho melhor se proposto em uma minissérie. Isso porque quanto mais representatividade, melhor, mas ao longo de 110 minutos (quase 2 horas), um tempo de duração bem normal, tanto os personagens quanto seus relacionamentos não prosperam. Tudo tem começo e fim, sem arcos desenvolvidos satisfatoriamente, o que talvez seria resolvido ao longo de alguns episódios.

Dumplin’ propõe discussões sobre autoaceitação, local de fala e sororidade mas não as desenvolve. Indica um romance entre Will e seu colega de trabalho, Bo (Luke Benward), mas não constrói qualquer vínculo afetivo entre o casal. O saldo positivo são boas atuações, principalmente do trio de revolucionárias por acaso, composto pelas personagens de Danielle Macdonald, Maddie Baillio e Bex Taylor-Klaus, diálogos marcantes e um ensinamento de Dolly Parton para a vida: “Descubra quem você é e seja de propósito.”