Lá no início dos anos 00, a Sony Pictures em parceria com a Marvel, resolveu dá vida aos quadrinhos e o mundo tomou conhecimento do universo do Homem-Aranha nas telonas. O que logo virou febre, alcançou o sucesso e elogios das críticas, os dois primeiros filmes da trilogia do Sam Raimi até hoje é tido como um dos mais célebres filmes do universo de super heróis. Veja, eu citei os dois primeiros e excluí o terceiro, que não foi um fracasso comercial mas é tido para muitos como o pior da trilogia.
Nesse terceiro filme do Homem-Aranha, em 2007, conhecemos o personagem de Eddie Brock, um jornalista frustrado do Clarim Diário que não conseguia alcançar sucesso devido ao Homem-Aranha tomar posse do simbionte, que, uma vez em que o Homem-Aranha havia conseguido se libertar dele, reconheceu a ira de Brock pelo spider e deu vida ao Venom dentro do corpo de Brock.
Daí tu me pergunta o porquê de eu tá fazendo essa introdução, não é mesmo? Eu decidi explanar isso de forma didática, pelo simples motivo de que, o Homem-Aranha está ligado de forma direta na história por trás do Venom. E na boa: Filme de Venom, sem Homem-Aranha, não é um filme sobre Venom. Mas mesmo assim a Sony, provavelmente tentando lucrar e faturar algum dinheiro, resolveu aproveitar este boom de filmes de super heróis e lançar mais um, de um universo, que, nem merecer filme, eu diria que merecia. O que já fez com que a maioria dos fãs de HQ, antes mesmo do filme ser lançado questionar e criticar o produto.
Agora sim… podemos falar sobre o filme.
Venom conta a história de Eddie Brock (Tom Hardy) – Aqui, já que o aranha não pôde participar do filme – um jornalista que ao investigar o misterioso trabalho do cientista Carlton Drake (Riz Ahmed), descobre que ele é suspeito de utilizar cobaias humanas em experimentos mortais. Ao investigar isso no laboratório de Carlton… Brock acaba entrando em contato com um simbionte alienígena e se torna Venom, uma monstruosidade na qual ele é incapaz de conter.
Um dia desses eu li uma matéria do Tom Hardy falando que o filme obteve cenas (em que ele gostava) retiradas após a edição final do filme. Depois que eu vi o filme, isso fica um tanto quanto evidente. O primeiro ato desse filme é extremamente rápido, com uma edição tão confusa que quando você menos imagina 6 meses já se passaram, mas ele não faz questão de te responder certas coisas como: De onde veio os simbiontes, por exemplo. O que aqui não acaba sendo um erro apenas da edição, mas também do roteiro do filme que é extremamente bagunçado e desastroso. (Embora eu garanto que se tivesse os 40 min a mais de cenas, não iria melhorar em absolutamente nada)
A direção assinada por Ruben Fleischer (Zumbilândia), parece não saber utilizar absolutamente nenhum dos recursos em que a escola de cinema ensina. A geografia de suas cenas de ação, são embaraçosas. Você não consegue visualizar nenhuma luta corporal, pois sempre ele prefere fechar os ângulos e a edição corta as cenas o tempo todo, o que pra o telespectador, tudo é explosivo e instantâneo. Sem falar que em um elenco com Tom Hardy, Michelle Williams e Riz Ahmed, era pra no mínimo ele saber aproveitar a carisma ou o talento desses atores, o que nesse filme é totalmente descartado por um roteiro pífio que só tem um único objetivo: bagunçar a sua mente.
O que me passa na cabeça é que Venom se trata daquele produto que tá ali, engavetado, que alguém decide tocar pra frente, criar um pré projeto, ele é aprovado, mas que resolve não investir nele. Apenas gastar o básico. O CGI desse filme é ridículo. Não há adjetivo melhor que o exemplifique. Parece, de fato, um filme feito as pressas ou de qualquer jeito.
Por mais que eu goste e ache Hardy um dos melhores atores que já surgiu nos últimos tempos, esse filme está para ele, na mesma proporção que Mulher Gato está para Halle Berry, ou seja: um desastre. O que me faz perguntar o que diabos estava na cabeça dele quando ele decidiu aceitar essa produção.
Por fim e não tanto importante… Não há absolutamente nada que eu possa falar – infelizmente – de bom neste filme. O que pode ter certeza que ele não só será indicado a Framboesa de Ouro em 2019, como será o maior indicado da premiação. Se trata do pior filme desse ano.
Ama o cinema desde que era uma criança quando, ao brincar com seus gibis da Turma da Mônica, os imaginava como se fossem pequenas fitas VHS de uma locadora de vídeo.
Correspondente das Cabines de Imprensa de Recife-PE.