Crítica | Venom [2018]

Nota do Filme

Lá no início dos anos 00, a Sony Pictures em parceria com a Marvel, resolveu dá vida aos quadrinhos e o mundo tomou conhecimento do universo do Homem-Aranha nas telonas. O que logo virou febre, alcançou o sucesso e elogios das críticas, os dois primeiros filmes da trilogia do Sam Raimi até hoje é tido como um dos mais célebres filmes do universo de super heróis. Veja, eu citei os dois primeiros e excluí o terceiro, que não foi um fracasso comercial mas é tido para muitos como o pior da trilogia.

Nesse terceiro filme do Homem-Aranha, em 2007, conhecemos o personagem de Eddie Brock, um jornalista frustrado do Clarim Diário que não conseguia alcançar sucesso devido ao Homem-Aranha tomar posse do simbionte, que, uma vez em que o Homem-Aranha havia conseguido se libertar dele, reconheceu a ira de Brock pelo spider e deu vida ao Venom dentro do corpo de Brock.

Daí tu me pergunta o porquê de eu tá fazendo essa introdução, não é mesmo? Eu decidi explanar isso de forma didática, pelo simples motivo de que, o Homem-Aranha está ligado de forma direta na história por trás do Venom. E na boa: Filme de Venom, sem Homem-Aranha, não é um filme sobre Venom. Mas mesmo assim a Sony, provavelmente tentando lucrar e faturar algum dinheiro, resolveu aproveitar este boom de filmes de super heróis e lançar mais um, de um universo, que, nem merecer filme, eu diria que merecia. O que já fez com que a maioria dos fãs de HQ, antes mesmo do filme ser lançado questionar e criticar o produto.

Agora sim… podemos falar sobre o filme.

Venom conta a história de Eddie Brock (Tom Hardy) – Aqui, já que o aranha não pôde participar do filme – um jornalista que ao investigar o misterioso trabalho do cientista Carlton Drake (Riz Ahmed), descobre que ele é suspeito de utilizar cobaias humanas em experimentos mortais. Ao investigar isso no laboratório de Carlton… Brock acaba entrando em contato com um simbionte alienígena e se torna Venom, uma monstruosidade na qual ele é incapaz de conter.

Um dia desses eu li uma matéria do Tom Hardy falando que o filme obteve cenas (em que ele gostava) retiradas após a edição final do filme. Depois que eu vi o filme, isso fica um tanto quanto evidente. O primeiro ato desse filme é extremamente rápido, com uma edição tão confusa que quando você menos imagina 6 meses já se passaram, mas ele não faz questão de te responder certas coisas como: De onde veio os simbiontes, por exemplo. O que aqui não acaba sendo um erro apenas da edição, mas também do roteiro do filme que é extremamente bagunçado e desastroso. (Embora eu garanto que se tivesse os 40 min a mais de cenas, não iria melhorar em absolutamente nada)

A direção assinada por Ruben Fleischer (Zumbilândia), parece não saber utilizar absolutamente nenhum dos recursos em que a escola de cinema ensina. A geografia de suas cenas de ação, são embaraçosas. Você não consegue visualizar nenhuma luta corporal, pois sempre ele prefere fechar os ângulos e a edição corta as cenas o tempo todo, o que pra o telespectador, tudo é explosivo e instantâneo. Sem falar que em um elenco com Tom Hardy, Michelle Williams e Riz Ahmed, era pra no mínimo ele saber aproveitar a carisma ou o talento desses atores, o que nesse filme é totalmente descartado por um roteiro pífio que só tem um único objetivo: bagunçar a sua mente.

O que me passa na cabeça é que Venom se trata daquele produto que tá ali, engavetado, que alguém decide tocar pra frente, criar um pré projeto, ele é aprovado, mas que resolve não investir nele. Apenas gastar o básico. O CGI desse filme é ridículo. Não há adjetivo melhor que o exemplifique. Parece, de fato, um filme feito as pressas ou de qualquer jeito.

Por mais que eu goste e ache Hardy um dos melhores atores que já surgiu nos últimos tempos, esse filme está para ele, na mesma proporção que Mulher Gato está para Halle Berry, ou seja: um desastre. O que me faz perguntar o que diabos estava na cabeça dele quando ele decidiu aceitar essa produção.

Por fim e não tanto importante… Não há absolutamente nada que eu possa falar – infelizmente – de bom neste filme. O que pode ter certeza que ele não só será indicado a Framboesa de Ouro em 2019, como será o maior indicado da premiação. Se trata do pior filme desse ano.