Às vezes, um filme começa mostrando um fato histórico real, que servirá como base para a história a ser contada na projeção. Logo, no início de “The Warriors”, ao vermos um breve relato sobre uma batalha ocorrida na Grécia, para, nas próximas 1h33 não vermos nada de relacionado a esta, nem a coragem que foi dada como o ponto de ligação, o público pode pensar que está para ver algo incrivelmente pretensioso.
Mas não é o caso desse filme, felizmente. Dirigido por Walter Hill e lançado no ano de 1979, a história contada é a da gangue Warriors. Ao serem convocados por uma reunião pelo líder da maior gangue de Nova York e por presenciarem, junto com os outros grupos, o assassinato desse líder, os Warriors viram quem foi o criminoso em questão, mas eles são os acusados do fato. Assim, eles começam uma jornada para voltar ao seu território de origem, com todas as gangues de Nova York e a policia em seu encalço.
A projeção tem como grande qualidade a estruturação de seu roteiro e de suas sequencias de ação, sempre muito movimentadas, mas sem a velocidade exagerada de muitos filmes por aí, mesmo aqueles que apresentam uma temática similar e ambientados no futuro.
Na montagem, os cortes são muito bem encaixados, dando tempo igual de tela para os nove integrantes dos Warriors, assim, o espectador percebe que a gangue é formada por pessoas completamente diferentes umas das outras, unidas apenas por sua igual imaturidade e necessidade de identificação social, tem o líder, o inteligente, os que não querem nada com nada e claro, o metido e prepotente que se acha imbatível mesmo com todos os erros e crimes que comete.
Além desses cortes, o estilo de mostrar a história como se fossem histórias em quadrinhos é interessante e adequado para a obra, já que a Nova York mostrada é uma cidade sitiada e dominada pelo caos criado pelas gangues das diferentes áreas e bairros da metrópole.
Em suas cenas de ação, o filme sabe como explorar bem todos os personagens envolvidos, sem esquecer de nenhum, nem dos Warriors e nem das gangues rivais, todos os envolvidos nas brigas são participantes iguais, sem distinção de personagens principais dentro das sequencias, isso se deve muito pelos cortes bem encaixados citados acima.
Apesar disso, muitos dos diálogos do filme são bobos e sem nenhuma lógica dentro da história que está sendo contada, assim como o “romance” entre Swan – líder dos Warriors – e uma moça que eles encontram no meio da jornada, esse segmento secundário não convence e se tivesse sido cortado o filme seria mais coeso.
Logo, “The Warriors” é um filme muito fácil de ser assistido, graças a uma estrutura perfeita e a uma história que prende a atenção do público, por ter várias cenas de ação e por mostrar uma Nova York que quase não é vista.
Formado em Jornalismo e apaixonado por cinema desde pequeno, decido fazer dele uma profissão quando assisti pela primeira vez a trilogia “O Poderoso Chefão” do Coppola. Meu diretor preferido é Ingmar Bergman, minhas críticas saem regularmente aqui e no assimfalouvictor.com