Quando Bauman em 2013 escreveu ‘’Amores Líquidos’’ a sua reflexão a respeito da sociedade atual, pós moderna, onde tudo muda e se transforma com o tempo (que faz com que não pensemos e nos impeça de traduzir nossos desejos em longo prazo). Bauman dizia que o grande responsável por esse comportamento imediatista vinha devido as tecnologias, que ao abrir um mundo de possibilidades, nos fazem acomodados e condicionados ao aqui e agora. Além da forma em que, com o advento da era digital, refletia diretamente nas relações interpessoais.
Em “Talvez uma História de Amor” conhecemos a história de Virgílio (Mateus Solano), um publicitário bem-sucedido, vítima de TOC, que ao levar a sua vida regrada: fazendo as mesmas refeições todos os dias nos horários certos, de telefone e celular da década passada… Recebe uma ligação de Clara (Thaila Ayala) o informando que o ama muito, mas que a relação dos dois não poderia mais continuar. O problema é que Virgílio não lembra da existência de Clara. E agora terá que correr contra o tempo para recordar da amada.
O filme também conta com as participações de Bianca Comparato, Marco Luque e com uma ponta da atriz internacional Cyntia Nixon (Sex and The City).
Em seu longa de estreia, Rodrigo Bernardo, conduz uma comédia românticia que não foge do padrão das outras. Adaptada por Rafael Gomes do livro homônimo do escritor francês Martin Page, com ótima fotografia de Hélcio Nagamine, a trama foca de maneira exagerada no drama do protagonista em descobrir quem era a mulher através daquela mensagem que acaba pecando na forma de mostrar ao telespectador a relação dos dois. O roteiro parece focar em fazer com que o telespectador fique curioso pra saber quem é a Clara, nos entregando mais um filme bobo do gênero em que o diretor não decide ousar.
O roteiro tinha mensagens excelentes para ser exploradas: Como o personagem possuir TOC e ser recluso as tecnologias atuais. Infelizmente, a conclusão é ainda mais piegas e clichê.
“Talvez uma história de Amor” estreia dia 14 nos cinemas.
Ama o cinema desde que era uma criança quando, ao brincar com seus gibis da Turma da Mônica, os imaginava como se fossem pequenas fitas VHS de uma locadora de vídeo.
Correspondente das Cabines de Imprensa de Recife-PE.