Nota do filme:
Adaptado do livro homônimo da escritora Nicola Yoon e dirigido por Ry Russo-Young, (Antes que Eu Vá), O Sol Também É uma Estrela conta a história de romance entre Daniel Bae (Charles Melton) e Natasha Kingsley (Yara Shahidi), dois adolescentes que têm um dia para ficarem juntos. Possui todos os elementos do gênero: encontro-aproximação-conflito-afastamento-reencontro, mas não é só isso. Trata não apenas de amor, mas sobretudo das coincidências do destino, não à toa é a palavra mais falada no longa.
As atuações são competentes e Charles Melton (Riverdale) convence no papel de um doce, romântico e apaixonante aspirante a poeta. Yara Shahidi (Grown-ish) faz a função de uma jovem estudante racional e determinada a continuar em Nova York, mesmo que todas as probabilidades lhe mostrem o contrário.
O encontro ocorre quando Daniel está com seu amigo Lester Barnes (Hill Harper) comentando sobre as pessoas na estação de metrô e, ao ver Natasha olhando para cima – uma bela cena, focada nela enquanto as pessoas andam apressadas a sua volta – se encanta de imediato pela jovem e fica intrigado quando lê “Deus Ex Machina” escrito em seu casaco, expressão latina utilizada para indicar uma solução inesperada, improvável e mirabolante para terminar uma obra ficcional.
Não seria nada demais se não fosse o que ele próprio escreveu em seu bloco de poemas naquela manhã, de modo que para ele agora significa “abra seu coração para o destino”. Ele a segue e acaba salvando-a de um atropelamento, com a aproximação ocorrendo a partir da ideia dele de ambos responderem a um questionário, fruto de um estudo científico com trinta e seis perguntas das mais simples às mais íntimas, com o intuito de fazer as pessoas se apaixonarem (esse estudo também foi tema de um episódio da série norte-americana “The Big Bang Theory” – episódio 16, da 8ª temporada – em que Penny (Kaley Cuoco) e Sheldon (Jim Parsons) realizam o teste, provocando mais afinidade entre os dois).
A situação problemática que supostamente impede o casal de ficar junto é a iminente deportação da família de Natasha para Jamaica, seu país natal, no dia seguinte. Dessa forma, eles têm apenas poucas horas. No entanto, tudo flui para a proximidade do casal.
O roteiro é intrigante, conta com interessantes diálogos e brinca com as imagens em tela, tornando a obra mais dinâmica e envolvente por meio de: flashbacks divertidos; nas cenas de apresentação da loja da família coreana ou, ainda, na simplificação da Teoria do Multiverso. A fotografia também é muito bonita, nada rebuscado, mas tem belas tomadas à distância de uma imensa Nova York, onde tudo parece se conectar no filme que trata de destino e coincidências.
Com os clichês do gênero (lugares preferidos, beijos interrompidos, música melosa) e momentos oportunos para facilitar a narrativa, usando o destino como justificativa, não deixa de ser uma bonita história de amor.
O longa estreia 16 de maio nos cinemas.
Apaixonada por filmes e séries, queria transformar o mundo em um lugar melhor, deitada na minha cama, ligada na TV.
“Sou só uma garota ferrada procurando pela minha paz de espírito.” Kruczynski, Clementine (Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças).