Nota do filme:
“Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo.” – George Santayana
Essa foi a frase que durante grande parte do filme ficou martelando em minha cabeça e eu não poderia começar esse texto de uma maneira diferente.
Máquinas Mortais é um filme de universo pós-apocalíptico situado a mais de mil ano no futuro e com uma civilização super evoluída(?). Detalhes de como foi possível fazer cidades inteiras andarem sobre rodas “engolindo” outras cidades não é citado, a única coisa contada sobre o que tenha levado o mundo a isso é que os “ancestrais” >nós< os condenaram sendo necessário apenas 60 minutos de guerra para que a raça humana chegasse a beira da extinção devastando cidades e deixando continentes em pedaços, já a quantidade da história da humanidade que foi perdida, e esquecida, faz a população vangloriar desde estátuas de seres nada divinos para nós atualmente até colocar uma torradeira dos anos 50 como uma peça que deveria ficar no museu, chega a ser engraçado como certas partes da história foram mal interpretadas, é como se por exemplo os desenhos que nossa civilização atual encontrou em cavernas fossem na verdade apenas desenhos feitos por crianças que estavam se divertindo, e isso mostra a importância de preservar a nossa história, bons e maus feitos, para que não acabamos caindo nas mesmas ilusões do passado. Claro que tudo isso é mostrado em diversos momentos diferentes, sendo um personagem que se prende a um sistema do passado para manter a ordem e a paz ou um historiador que não comemora junto a todo o resto da população quando um ataque está sendo realizado.
Além da minha viagem maluca(?) sobre a importância da preservação da história da humanidade é possível fazer a leitura de como o perdão, o respeito e o amor são capazes de transformar as pessoas e como até o pior ser, que perdeu até sua própria humanidade, pode se render a bondade. Os personagens que acompanhamos tem habilidades físicas e intelectuais espetaculares, imagino que por conta da evolução da espécie(?), com rostos pouco conhecidos o cast, decisão que chuto ter ligação com o “baixo” orçamento, me fez baixar a expectativa e evitou até que eu ficasse lembrando de outro personagem e pensando que o tal estivesse dentro do filme errado [sim, eu tenho esse probleminha mental], apenas com exceção de Hugo Weaving(Agent Smith em Matrix) e Stephen Lang(Coronel Quartich em Avatar), esse segundo foi muito difícil reconhecer.
Variando entre algumas cenas que parecem ter saído de uma cutscene de jogo de aventura e flashbacks super previsíveis que são usados para deixar explicadinhas algumas partes do filme, onde o figurino, cabelo e maquiagem deixam claros quem pertence a que classe e que a trilha sonora fofinha tocada enquanto passam imagens lentas me fizeram derramar algumas lágrimas no óculos 3D totalmente dispensável [ainda não entendi o tesão dos produtores em insistir no 3D para salas multiplex, deixa essa diversão para os parques da Universal que eu tenho certeza que vai ter uma atração de Máquinas Mortais no futuro e que nao vou perder por nada… Rafael, volta pro texto, ops, desculpa Rafa] a junção disso tudo faz de Máquinas Mortais um filme para ser assistido com total despretensão, talvez o que justifique a péssima publicidade.
Alerta Spoiler indiferente: Não é dessa vez que o mundo acaba!
Diretor de Conteúdo da Cinematologia desde 2016. Sonha em um dia ganhar um Oscar!