Crítica| Jurassic World: Reino Ameaçado (Jurassic World: Fallen Kingdom) [2018]

Em 1993 quando o diretor Steven Spielberg decidiu realizar um dos projetos mais estrondosos de sua carreira: “Jurassic Park”, o público pode ver pela primeira vez em um filme, que, com o uso de efeitos especiais criados por meio da computação gráfica e de animatrônica, trouxe uma reconstituição virtual perfeita dos dinossauros. Estava ali um sucesso de bilheteria, uma trilha sonora marcante composta por John Williams e uma arrecadação de quase US$ 914 milhões (que na época se tornou o maior público de bilheteria da história) – Só sendo batido em 1997 por Titanic – além de vencer em 03 categorias no Oscar de 1994 (Melhor Som, Melhor Edição de Som e Melhores Efeitos Visuais).

Em 1997 e em 2001, foram lançados “Jurassic Park: O Mundo Perdido” e “Jurassic Park III”, sequências essas que não foram tão bem recebidas pela crítica. Após um grande tempo, para ser mais exato 14 anos, em 2015, recebemos o quarto filme dessa franquia: “Jurassic World”, que trouxe de volta um parque temático habitado por dinossauros, fazendo com que o ar nostálgico do primeiro filme fosse revivido no coração dos fãs.

“Jurassic World: Reino Ameaçado”, quinto filme da franquia, traz não só uma nova linguagem, como apresenta tudo que é de diferente dos filmes anteriores. Bem, se você espera um filme de aventura aos moldes dos antigos, esqueça, neste novo filme você vai ter uma pegada muito mais puxada para o suspense, com uma trama séria e sombria.

A trama começa quatro anos após o parque temático, Jurassic World, ter sido destruído por dinossauros, a Ilha Nublar está prestes a ser destruída quando um vulcão entra em erupção. Para salvar os dinossauros da extinção, Owen (Chris Pratt) e Claire (Bryce Dallas Howard) conseguem retornar até a ilha, mas descobrem que fazem parte de um plano muito maior e maléfico.

O diretor Juan Antonio Bayona, do terror “O Orfanato” e do ótimo drama “O Impossível”, cai de paraquedas no projeto. Colin Trevorrow, diretor do filme anterior, ao ser chamado para dirigir “Star Wars: Episódio IX”, abandona o projeto, entregando a Bayona a necessidade de assumir o seu cargo, embora que Colin tenha continuado e assinado o roteiro deste filme. Bayona traz sua assinatura para esta continuação: criando um visual obscuro, ocasionando cenas usando jogos de sombras para assustar os telespectadores. Mas esbarra no fraco roteiro e na dificuldade em reinventar a franquia no primeiro e segundo ato do filme, além de não saber conduzir bem os arcos dramáticos. No entanto, Bayona acerta a mão com o uso do CGI e animatrônicos, fazendo os dinossauros estarem mais convincentes e melhores do que no longa anterior.

Chris Patt interpreta um Owen engraçadão, carismático e que não traz absolutamente nada de novo de sua interpretação passada. Bryce Dallas Howard, faz uma Claire dessa vez sem está pálida, apresentando uma dramaticidade no qual ela não conseguiu alcançar no último longa – uma louvável melhora da atriz com sua personagem –  e não, não temos ela de salto alto dessa vez (O próprio Bayona faz questão de dá closes nas pernas da atriz em determinadas cenas para provar isso).

Justice Smith interpreta Franklin, o alívio cômico do filme, que não agrada, irritando em vários momentos. Enquanto Daniela Pineda vive a empoderada Zia, aqui temos uma atuação de destaque.

Para os fãs da franquia que aguardam ansiosamente para ver Jeff Goldblum em cena, desanimem. Dr. Ian Malcom, seu personagem, aparece apenas em duas cenas, porém os poucos segundos em que aparece, são suficientes pra trazer, talvez, o melhor discurso a respeito do futuro da franquia.

“Jurassic World: Reino Ameaçado” tem tudo para ser uma das maiores bilheterias do ano, além de ter elevado a franquia para novos ares, talvez numa tentativa de sair da mesmice dos anteriores. Cabe a nós agora esperar a sua sequência.

PS: Tem cena final após os créditos.