Nota do Filme:
A Viúva das Sombras, apesar de usar de forma inteligente recursos folclóricos da cultura russa, falha na execução da narrativa na medida em que emprega no final clichês que dão uma característica superficial para o final da trama.
O gênero de terror sempre poderá se beneficiar com a diversidade de novas produções que escapam os clássicos enredos norte-americanos. O que novas produções tem demonstrado, como a produção iraniana Sob a Sombra (2016), é a possibilidade de empregar elementos folclóricos de outros países para desenvolver uma narrativa rica e envolvente. Nesse caso, A Víuva das Sombras não é uma exceção.
O filme escrito por Svyatoslav Podgaevskii e dirigido por Ivan Minin se passa na cidade de São Petersburgo na Russia no ano de 2017, em um modelo híbrido, reproduzindo a filmagem de um documentário com elementos da filmagem de produções ficcionais, é narrada a história de um grupo de trabalhadores de resgate voluntários que estão a procura de um jovem rapaz que foi dado como desaparecido pelas autoridades depois que entrou na floresta com seu irmão mais novo.
O recurso a uma cinematografia similar a de um documentário auxiliou na construção da tensão durante a primeira parte do filme, por ela era possível introduzir ao telespectador os elementos que seriam empregados para enriquecer a narrativa durante todo o enredo.
A obra apresenta uma fotografia boa capaz de capturar a ambientação austera e de aflição na medida em que os acontecimentos impeliam os personagens a agir de forma cada vez mais perigosa e negligente a despeito dos sinais.
A trama utiliza elementos do folclore russo para desenvolver seu enredo e criar a mistura perfeita entre o misticismo e o terror do desconhecido. O que mantém a atenção do telespectador na introdução dos personagens e do cenário.
Entretanto o filme falha na execução do clímax e no encerramento, apelando a recursos um tanto clichês para conseguir dar continuidade a história. Isso infelizmente faz com que o telespectador, acostumado a ver esses mesmos recursos de enredo, perca o interesse em ver o filme com a mesma atenção do início.
Uma socióloga cinéfila aspirante a enxadrista que adora escrever 🙂
“Ás vezes são as pessoas que ninguém imagina nada que fazem as coisas que ninguém poderia imaginar” – (O Jogo da Imitação.)