Nota do Filme:
Filmes sobre a relação entre humanos e cachorros estão sempre sendo produzidos por Hollywood. A Sony vem apostando nesses filmes mais baratos para encher seus cofres para filmes mais ambiciosos. Da mesma safra de “Quatro Vidas de Um Cachorro” , o drama “A Caminho de Casa” chega as telonas com mais uma aventura canina genérica.
A Caminho de Casa conta a história de Bella (Bryce Dallas Howard), uma cachorrinha muito animada que cresceu numa família de gatos até ser adotada por Lucas (Jonah Hauer-King), o dono especial que Bella ama tanto, porém leis arcaicas, como não ser permitida a presença de cachorros da raça “pitbull” em Denver, os separam e a cadela embarca numa aventura para retornar ao seu amado lar.
O longa aborda a emoção que os animais causam no ser humano. Todo o companheirismo e o amor fraterno é transmitido durante o filme e pode emocionar com cenas em câmera lenta, planos próximos e lágrimas de CGI. Entretanto, A Caminho de Casa é ambicioso demais e acaba se perdendo na própria história, já que tenta falar sobre depressão dos veteranos de guerra, solidão dos animais, a construção de laços entre animais e seres humanos e maternidade, entretanto aborda esses temas com superficialidade.
O roteiro (W.Bruce Cameron e Cathryn Michon) expositivo ao máximo é o menor dos problemas, a obra arrisca colocar os animais em situações arriscadas, e diferente do criticado “Quatro Vidas de Um Cachorro”, que colocou um cachorro em situação de risco, aqui é utilizado um CGI mal feito e despreocupado com a verossimilhança que o filme trabalha. A direção (Charles Martin Smith) tenta focar seu enredo em torno de Bella, o que funciona em partes, mas no geral a narração expositiva só reforça o que já acontece em cena.
O longa é pedante e cansativo, pois os atores humanos são terríveis, sem carisma e mal dirigidos. Os lindos cenários são desperdiçados por planos fechados e os animais utilizados, com a exceção de Bella e Gatona, são descartáveis. “A Caminho de Casa” é um filme que claramente iria direto para home vídeo, porém como as bilheterias atingem números altos, chegará aos cinemas. Fraco, desestimulante e mal realizado.