Ei você, você mesmo que vai passar o dia dos dos namorados sozinho ou com o coração partido recentemente. Essas palavras são para você. Uma data totalmente comercial que acaba por depreciar as pessoas que se importam com ela. O certo seria deixar pra lá e esquecer, pois é apenas mais uma data no calendário, ou seja, apenas mais um dia comum.
O cinema acaba por intensificar isso em alguns filmes, em que só é feliz quem possui alguém, o que acaba por fortalecer o sentimento pela data. Mas nem só de alegrias as pessoas são feitas. Tal como foi em Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, que acaba por debater de forma genial o dilema de se esquecer alguém, sendo que o filme oferece essa possibilidade por definitivo. Afinal, vale a pena pagar para obliterar alguém que te fez feliz por tanto tempo, que deixou memórias boas e tristes? Sendo que se dependesse da segunda, sem nenhuma análise mais racional, terminariam todos optando pelo esquecimento do parceiro (a). Mas não é isso que te faz amadurecer? Todos já fomos Joel e Clementine na vida, cabe a cada um decidir seu lado sobre isso.
Além dessa obra, tem-se outros vários exemplos da situação do cotidiano, como 500 Dias Com Ela, na qual todos em algum momento passaram pela pele de Tom ou tiveram atitudes igual a de Summer. Longe de tomar partido pelos personagens no filme, mas sempre ocorrem situações similares na realidade em que nos identificamos com os indivíduos ficcionais. Isso acentua ainda mais a necessidade de possuir um relacionamento estável para se fugir do sentimento de solidão que a data pode proporcionar.
Pegue outro exemplo em Closer: Longe Demais, onde se mostra varias facetas de como relacionamentos podem ser e o que os sentimentos podem fazer com as pessoas. Tem-se um quadrado amoroso de relações viscerais com diálogos impactantes em personagens excelentemente construidos. Tranformando-se em uma obra que mostra a superficialidade dos relacionamentos para algumas pessoas, enquanto ilustra a intensidade disso para outras.
Comédias românticas são o que não faltam para mostrar a felicidade supérflua da vida a dois, pelo motivo de ir de embate ao não mostrar a felicidade da solidão. Exemplos de adaptações de John Green, Nicholas Sparks é o que não escasseiam, apesar de ocorrer uma reviravolta no final. O mais recente sucesso, Como Eu Era Antes de Você, sofreu justamente o boom por tratar da relação da cuidadora com o incapaz de forma romantizada, em que todos esperam o pesar que o final do filme traz.
E se você se sentir abatido por esse dia, não esqueça que a solidão é subestimada. Nunca em um filme que o cara solitário finaliza com a felicidade plena, especialmente na temática romântica, pois isso não vende. Logo, esse escrito é apenas uma crítica ao dia dos namorados em si e toda a atmosfera que está por volta dele, fazendo com que os sentidos e os solitários sensíveis se sintam desancorados quando chega essa data pesarosa para eles.
Apaixonado por cinema, amante das ciências humanas, apreciador de bebidas baratas, mergulhador de fossa existencial e dependente da melancolia humana.