A Suíça possui reconhecimento mundial no que diz respeito à futebol, mas não por desempenhos excepcionais de sua seleção. Na realidade, a melhor colocação do time suíço em Copas do Mundo foi a conquista do 6º lugar em 1950. Sua fama é devido ao fato do país contar com a sede da própria FIFA, organização responsável pelo evento.
É um país conhecido também pela sua importância histórica. Em Genebra, uma das grandes cidades do país, foram assinadas as Convenções de Genebra, que versam os direitos e deveres de pessoas em tempos de guerra. A primeira Convenção, ocorrida em 1863, criou a Cruz Vermelha, importante movimento internacional humanitário que, até o presente momento, se encontra sediado na Suíça.
Desse modo, é interessante notar que, a despeito de ser um país tão rico culturalmente, o cinema suíço não possui tanto reconhecimento internacional. Entretanto, nacionalmente a indústria cinematográfica conta com forte apoio de sua população. Em 1946 foi fundado no país o Festival Internacional de Cinema de Locarno, evento anual que ocorre na cidade de Locarno, com grande variedade de conteúdo.
O Festival de Cinema de Solothurn, fundado em 1966, fornece um forte incentivo ao cinema nacional. Aqui, o objetivo é, basicamente, debater a vida no país. Nesse sentido, são apresentados curtas, longas e documentários e, após a apresentação, ocorrem discussões entre os espectadores e os membros da indústria cinematográfica.
Ressalta-se que Jean-Luc Godard, influente diretor conhecido pela radicalidade que emprega nas suas obras, é franco-suíço. Todavia, uma vez que o foco do diretor é o cinema francês, apenas mencionaremos, de maneira rápida, duas de suas (muitas) obras: Alphaville, que acompanha Lemmy Caution (Eddie Constantine), agente secreto enviado para destruir a cidade de Alphaville e Alpha 60, computador que a controla e; Vivre Sa Vie, acerca da história de Nana (Anna Karina), jovem parisiense que deixa o marido e o filho em busca de uma carreira artística, porém, sem dinheiro, acaba na prostituição.
Seguem, abaixo, algumas indicações especificamente do cinema suíço, para aqueles que buscam se aprofundar em diferentes culturas:
Die Schweizermacher (The Swissmakers)
Considerado um dos filmes suíços mais bem sucedidos da história, Die Schweizermacher é uma comédia lançada em 1978. Na obra, acompanhamos Max Bodmer (Walo Lüönd) e Moritz Fischer (Emil Steinberger), dois agentes policiais responsáveis por investigar de maneira minuciosa candidatos à naturalização no país.
Por mais que se trate de um filme cômico, o diretor Rolf Lyssy aproveita a oportunidade para tecer comentários relevantes acerca de políticas migratórias. Nesse sentido, tal obra se mostra especialmente relevante nos dias atuais, considerando a crise de refugiados atual, uma das maiores crises humanitárias da história.
Die Letzte Chance (A Última Porta)
O filme acompanha a história de John Halliday (John Hoy), soldado do exército britânico e Jim Braddock (Ray Reagan), soldado do exército americano, em 1943. Presos em um trem controlado pelos nazistas, conseguem escapar graças a um bombardeio que ocorreu na área.
Com ajuda de residentes, os ambos conseguem acesso à zona rural de uma cidade italiana. Assim, lideram um grupo multinacional de refugiados em fuga do país que era atormentado pelo conflito.
O longa foi o vencedor da Palma de Ouro, prêmio de Melhor Filme dado pelo Festival de Cannes no ano de 1946.
Carioca, advogado e apaixonado por cinema. Busco compartilhar um pouco desse sentimento.