Na sexta-feira, dia 01 de setembro, tivemos o prazer de presenciar uma sessão de “Como nossos pais”, com a presença da diretora Laís Bodanzky. O longa, que se marca como mais uma obra-prima em sua filmografia, gerou no público uma overdose de emoções.
O filme de Laís, do inicio ao fim, é um sopro da vida da personagem de Maria Ribeiro, Rosa. Seus primeiros segundos, acelerados, marcam o delinear de discussões familiares, nos remetendo atmosferas antes presenciadas em obras como “O pântano” de Lucrecia Martel. O ritmo se estabiliza enquanto vamos nos aproximando de rosa e seus familiares, trazendo uma condução dramática que se expõe mais e mais a cada segundo. A personagem de Maria (que atuou de forma impecável), inicia em torno aos conflitos com a mãe uma jornada em busca do pai que não conheceu. Esse caminho se trilha trazendo a Rosa um percurso de autoconhecimento.
“Como nossos pais”, como remete a música de Elis, é um filme sobre família. Um longa que contorna todas as facetas das relações familiares. A sensibilidade de Laís, vista antes nas telas em outros de seus filmes como “Bicho de sete cabeças” marca também a atmosfera de “Como nossos pais”. Planos detalhe e momentos de estética simétricos dão tom a fotografia do filme, que nos deixa muitas cenas para se lembrar inúmeras vezes. Do primeiro ao ultimo ato, o espectador permanece como se imagina ao escolher qual filme para assistir… conectado com a obra, fascinado.
Não é a toa quando pensamos em Laís Bodanzky quando questionados pelas diretoras do nosso cinema. Laís continua nos proporcionando aquilo que os filmes nos dão de melhor: uma experiência que beira o sensorial. A partir dos toques da canção de Elis que regem as cenas finais vertem-se em nós, espectadores, esse emaranhado de sorrisos…. e lágrimas.