Lançada em 2017, Dark atraiu muita atenção, sendo a primeira produção alemã da Netflix. Com uma trama sólida de ficção científica com foco em viagens através do tempo, conquistou uma forte base de fãs, sendo uma das mais populares da emissora.
Após diversas teorias e incontáveis paradoxos temporais, a ciclo chegará ao fim em 27 de junho deste ano. Por isso, reunimos cinco filmes que abordam o tema da viagem no tempo, cada qual à sua maneira, como um prelúdio ao fim da série.
De Volta para o Futuro (Back to the Future) [1985] – Dir. Robert Zemeckis
De Volta para o Futuro acompanha a vida de Marty McFly (Michael J. Fox), jovem de dezessete anos e amigo do excêntrico Emmett Brown (Christopher Lloyd). Após mais um dos experimentos do cientista, Marty é mandado trinta anos no passado, de modo que deverão não apenas retornar ao futuro mas, ainda, impedir que haja alterações na linha temporal.
Seria impossível sequer começar uma lista sobre o tema e não mencionar aquele que ajudou a popularizar a temática. Extremamente bem sucedida, a obra de Zemeckis resultou, ainda, em uma excelente sequência – e outra não tão boa. Ainda, a química de Michael J. Fox e Christopher Lloyd continua a cativar os fãs dessa adorada trilogia ainda nos dias de hoje.
Questão de Tempo (About Time) [2013] – Dir. Richard Curtis
Questão de Tempo segue o despretensioso Tim Lake (Domhnall Gleeson) em uma festa um tanto quanto decepcionante. Em seguida, porém, seu pai (Bill Nighy) faz uma grande revelação: os homens da família podem viajar no tempo. Com seus recém descobertos poderes irá reavaliar seus relacionamentos, ao mesmo tempo em que tenta conquistar Mary (Rachel McAdams), por quem se apaixona em seu primeiro encontro.
Certamente o mais singelo da lista, o longa de Richard Curtis apresenta uma visão menos apocalíptica acerca do tema. Nesse sentido, ao invés de saturar a narrativa com explicações excessivamente complicadas, coloca o próprio ato da viagem no tempo em segundo plano, em uma abordagem mais enxuta e, ao mesmo tempo, bela.
Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (Harry Potter and the Prisoner of Azkaban) [2004] – Dir. Alfonso Cuarón
Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban segue o personagem título (Daniel Radcliffe) durante o seu terceiro ano em Hogwarts. Contudo, a fuga de Sirius Black (Gary Oldman), um dos grandes seguidores de Voldemort, da Prisão de Azkaban traz graves consequências à vida do protagonista.
Se em Questão de Tempo temos o filme mais singelo, aqui, temos aquele que menos utiliza o recurso, ao menos de maneira que seja relevante à narrativa. Contudo, a maneira na qual a viagem no tempo utilizada, prezando por uma consistência lógica e, portanto, evitando possíveis furos no roteiro, tornam este um dos grandes exemplos ao tema.
Looper: Assassinos do Futuro (Looper) [2012] – Rian Johnson
Looper acompanha a história de Joe (Joseph Gordon-Levitt e Bruce Willis), assassino de aluguel que mata pessoas enviadas de volta no tempo, para serem mortas no passado e não encontradas. Contudo, falha ao tentar “fechar o loop”, isto é, quando a pessoa que deve matar é o seu eu do futuro. Assim, entra em combate com o seu futuro eu, que tem o objetivo de alterar o passado.
Rian Johnson é um diretor conhecido pelo seu trabalho autoral, o que, por vezes, causa irritação a alguns – como em Os Últimos Jedi. Aqui, porém, cria um conto interessante sobre amadurecimento e auto sacrifício, que se utiliza do gênero – ficção científica – como um potenciador dos temas abordados.
Um dos filmes mais criativos na abordagem de viagem no tempo, conta, ainda, com excepcionais performances de todos os envolvidos, sobretudo por parte da dupla principal.
Primer (2004) – Dir. Shane Carruth
Primer acompanha Aaraon (Shane Carruth) e Abe (David Sullivan), engenheiros desesperados por um projeto que se torne rentável. Após um teste de seu novo protótipo, Abe se utiliza como cobaia e descobre que a invenção pode ser usada para voltar no tempo. Assim, os amigos passam a utilizar a máquina para tentar enriquecer no mercado de ações.
Tido por muitos como um dos filmes mais confusos dos últimos anos, o primeiro longa de Shane Carruth – que atuou, roteirizou, produziu, dirigiu, editou e criou a trilha sonora da obra – rapidamente imerge o espectador em seu universo. Desse modo, consegue utilizar o baixo orçamento – apenas US$ 7.000,00 – como uma vantagem.
Grandes efeitos visuais são substituídos por uma sobriedade que rapidamente fixa a narrativa na realidade, mostrando-se como algo crível, ainda que sob o contexto de uma ficção científica. Ao mesmo tempo, alegações mirabolantes dão lugar a um texto cru e científico, o que demandará grande atenção por parte da audiência. De tal maneira, a criação de múltiplas linhas temporais decorrentes de diversas viagens temporais não parece algo impossível, mas quase inevitável.
Lançado em 2004, a obra arrematou tanto o prêmio Grande Prêmio do Júri quanto o Prêmio Alfred P. Sloan – dados a filmes que focam em ciência/tecnologia como temática –, ambos no Festival de Sundance.
Carioca, advogado e apaixonado por cinema. Busco compartilhar um pouco desse sentimento.