Com o fim da cerimonia do Oscar 2017, em que ocorreu a maior gafe de todos os tempos da premiação com o anuncio de Melhor Filme, alguns filmes saíram muito bem premiados e outros sequer foram lembrados, apesar de não desmerecer os que ganharam os prêmios pois foram merecidos. Sem mais delongas, vamos para a lista:
A Tartaruga Vermelha
“Após sobreviver a um naufrágio, um homem se vê em uma ilha completamente deserta. Lá ele consegue se manter, através da pesca, e tenta construir uma jangada que lhe permita deixar o local. Só que, sempre que ele parte com a embarcação, ela é destruída por um ser misterioso. Logo ele descobre que a causa é uma imensa tartaruga vermelha, com quem manterá uma relação inusitada.”
Se o Oscar fosse justo premiaria essa fantástica animação do já veterano Studio Ghibli, pois entre todas as concorrentes é a mais sensível, singela e tocante. Com seus 81 minutos de filme sem diálogos, é uma das produções mais surpreendente no ano de 2016.
Kubo e as Cordas Mágicas
“Kubo vive uma vida tranquila em uma pequena vila no Japão até que um espírito vingativo faz com que todo tipo de monstros e deuses passem a perseguí-lo. Para se livrar disso, Kubo precisa encontrar a armadura mágica que seu pai, um lendário samurai, costumava usar.”
Esse é um dos filmes de animação com uma das melhores estéticas já feita, podendo servir de base para produções futuras, tanto que foi merecida sua indicação ao Oscar de Melhores Efeitos Visuais, além de ter uma história bem leve mas muito bem feita.
Under Sandet – Land Of Mine
“Um grupo de soldados alemães, outrora combatentes nazistas, recebem uma nova tarefa ao fim da Segunda Guerra Mundial: precisam escavar e remover com as próprias mãos 2 milhões de minas terrestres em “terras inimigas”, mesmo que alguns deles não tivessem sequer experiência na guerra, para compensar sua contribuição com o regime de Hitler.”
Dentre todos os indicados a Melhor Filme Estrangeiro, esse foi o que mais me prendeu a atenção devido ao tema: Segunda Guerra Mundial. E o que a deixa mais atraente que outros filmes de guerra é que não se passa nos países mais centrais da Europa e sim nos menores, dando assim uma ótica dos acontecimentos nesses países. Além de ser uma história muito bem construída, não seria surpresa se levasse o Oscar para casa.
A 13ª Emenda
“Documentário que discute a décima terceira emenda à Constituição dos Estados Unidos – “Não haverá, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar sujeito a sua jurisdição, nem escravidão, nem trabalhos forçados, salvo como punição de um crime pelo qual o réu tenha sido devidamente condenado” – e seu terrível impacto na vida dos afro-americanos.”
Talvez a maior obra com conteúdo informativo da Netflix de longe, esse é um dos documentários que mais chamaram a atenção em 2016 e não seria absurdo se ganhasse o Oscar de Melhor Documentário. Sem desmerecer O.J. Made in America, muito pelo contrário, merece todos os prêmios conquistados e toda a exaltação necessária, mas A 13ª Emenda é um documentário excelente também, ainda mais que o tema do racismo está sempre em alta e mais forte nos últimos anos.
BÔNUS: Eu, Daniel Blake
“Após sofrer um ataque cardíaco e ser desaconselhado pelos médicos a retornar ao trabalho, Daniel Blake busca receber os benefícios concedidos pelo governo a todos que estão nesta situação. Entretanto, ele esbarra na extrema burocracia instalada pelo governo, amplificada pelo fato dele ser um analfabeto digital. Numa de suas várias idas a departamentos governamentais, ele conhece Katie, a mãe solteira de duas crianças, que se mudou recentemente para a cidade e também não possui condições financeiras para se manter. Após defendê-la, Daniel se aproxima de Katie e passa a ajudá-la.”
Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, e talvez uma das coisas mais absurdas foi ter ficado de fora das premiações pois é disparado melhor que alguns filmes que estavam concorrendo. Apesar de não ter concorrido ao Oscar, poderia facilmente ter entrado em algumas categorias e talvez até ser lembrado em alguma. Entretanto, fica a dica desse filme também.
Apaixonado por cinema, amante das ciências humanas, apreciador de bebidas baratas, mergulhador de fossa existencial e dependente da melancolia humana.