O conceito de “filmes que amamos odiar” é um tanto quanto curioso. Ao contrário dos chamados guilty pleasure, que são filmes que gostamos a despeito de seus grandes defeitos, amar odiar um filme significa, justamente, assisti-lo pelo prazer da crítica e do deboche.
O objetivo da obra não é ser cômica, mas uma combinação de atuações pouco inspiradas, roteiro mal escrito e direção duvidosa criam um desastre ao qual não resistimos. Assistir a esses filmes com um grupo de amigos é promessa de entretenimento.
Batman e Robin
Batman e Robin é a sequência de Batman Eternamente, título que, apesar de não ser um sucesso de crítica/bilheteria, estava longe de ser um “assassino de franquia”. Podemos que o seu sucessor conseguiu superá-lo sem dificuldades.
Recheado por cenas involuntariamente hilárias, o longa foi responsável por quase destruir a carreira do Cavaleiro das Trevas nas telas do cinema. Uma obra para risadas, ainda que de nervoso.
De ponto positivo, válido ressaltar que o filme foi indiretamente responsável por um dos melhores reboots da história.
2012
2012 se trata de um filme que aborda o final do mundo com base no Calendário Maia, que se terminava em 21.12.2012. Nesse sentido, havia certa expectativa que, evidentemente, não foram alcançadas.
Ao contrário, com situações acidentalmente cômicas, não conseguiu passar a urgência catastrófica que pretendia. Cunhou-se, assim, uma pérola do gênero no sentido mais cômico possível.
Sequências de Jogos Mortais (Saw)
Jogos Mortais surgiu em um momento de vácuo no gênero. Seu roteiro engenhoso associado a um plot twist satisfatório foi responsável pela conquista de uma merecida sequência. Todavia, nenhuma delas conseguiu igualar os feitos do original.
Devido a situações cada vez mais ilógicas e pouco críveis, a saga se transformou em gore gratuito. Hoje resta apenas a curiosidade dos espectadores ao assistir aos mirabolantes mecanismos de tortura/assassinato, o que certamente pode ser divertido.
O Último Dominador de Ar (The Last Airbender)
O Último Dominador de Ar tinha uma tarefa complicada: adaptar, às telas do cinema, uma série de animação com uma fanbases extremamente leal. Entretanto, maior que a expectativa dos fãs, apenas a sua decepção com o resultado.
Com atuações sofríveis, escolhas de roteiro pouco funcionais e uma direção sem foco, o longa jamais alcançou o seu potencial. Ao contrário, se tornou um daqueles filmes que nos reunimos para debochar.
Star Wars II – Ataque dos Clones (Star Wars II – Attack of the Clones)
“Eu odeio areia. Ela é áspera, irritante e entra em todo o lugar”. Não há muito que se dizer acerca do filme que a fala em questão não transmita de maneira sucinta. Um amontoado de más decisões coroadas por diálogos sofríveis.
A decisão errônea do roteiro em focar em uma história de amor desinteressante se aliou a cenas de ação pouco atraentes. Desse modo, ao contrário de seu antecessor, Star Wars II – Ataque dos Clones ao menos se transformou em um filme cômico. Ainda que por acidente.
Homem-Aranha 3 (Spiderman 3)
Homem Aranha 2 é um caso raro de uma sequência que supera o original. Nesse sentido, Homem Aranha 3 tinha o ingrato trabalho de sucedê-lo naquela que era, até então, a franquia mais bem sucedida de adaptações de HQ.
Todavia, interferências do estúdio forçaram o acréscimo de vilões, inchando o longa no que diz respeito à antagonistas e consumindo tempo que deveria ser usado para o desenvolvimento do roteiro e seus personagens.
Superado o trauma pelo sepultamento da trilogia do Cabeça de Teia, é impossível não se divertir com situações absolutamente inusitadas em filmes do gênero. A cena da dança no bar será para sempre lembrada.
Fim dos Tempos (The Happening)
Fim dos Tempos é responsável por um dos plot twists mais estranho e desinteressante do cinema nos últimos anos. Descobrir que o fenômeno que fazia com que as pessoas cometessem suicídio era responsabilidades das plantas foi um clímax ingrato.
Felizmente, foi curioso o bastante para tornar o longa um fenômeno da comédia involuntária. Mark Wahlberg conversando com uma planta (de plástico!) é algo que jamais será esquecido.
Dragonball Evolution
DragonBall Evolution foi um soco no estômago para os (muitos) fãs de uma das séries animadas mais famosa de todos os tempos. Descaracterizações, situações ilógicas, enfim, não é difícil escolher um momento decepcionante.
Passados alguns anos, a raiva pela criação do filme foi complementada por um olhar mais cômico, tamanho o erro da adaptação. Ao rever o longa, ainda que se sinta decepcionado, é impossível não rir dos absurdos que ocorrem na tela, sobretudo se você for um fã da saga original.
A saga Crepúsculo (Twilight)
Crepúsculo certamente se vê como um filme mais sério do que de fato é. Em tais situações, a comédia acidental é quase regra. A evidente falta de química entre os protagonistas combinada a efeitos de gosto duvidoso ajudou a criar a saga que adoramos ridicularizar.
A saga Cinquenta Tons de Cinza (Fifty Shades of Grey)
Cinquenta Tons de Cinza sofre dos mesmos problemas que o filme acima. Não poderia ser diferente, afinal, decorreu dele. Todavia, os problemas são potencializados uma vez que o foco do longa é apenas o romance entre os dois protagonistas.
O fato de ser um romance “adulto”, com protagonistas que não possuem química alguma contribui ainda mais para risos involuntários.
Carioca, advogado e apaixonado por cinema. Busco compartilhar um pouco desse sentimento.