Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar  – Crítica

 

Desde o lançamento de “Piratas do Caribe – A Maldição do Pérola Negra” em 2003, a franquia cinematográfica foi, ao longo dos anos, ganhando cada vez mais fãs. No entanto, oito anos depois, com o lançamento de “Piratas do Caribe – Navegando em Águas Misteriosas” (2011), o que vinha se conservando como uma saga bem-sucedida pareceu navegar por um terreno infrutífero e decadente.

Mesmo que os três primeiros filmes tenham conseguido manter certa linearidade, a popularidade e o sucesso na bilheteria ($ 3.729.577.967 pelos quatro filmes), adquiridos durante a saga, não foram necessariamente convertidos em qualidade para os roteiros, melhores atuações e uma sequência chamativa e atraente das histórias.

O novo “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar “, que chegou aos cinemas em 25 de maio, foi dirigido por Espen Sandberg e Joachim Ronning, dois cineastas pouco conhecidos e que até então possuem a maioria de seus trabalhos em conjunto. Os diretores acertaram em alguns pontos, e em outros, nem tanto. Ao mesmo tempo que conseguem agradar aos entusiastas da franquia, cometem erros de continuidade, permitem performances falhas e entregam um roteiro previsível e com apelo cômico que não funciona mais tão bem, salvo algumas tiradas.

No novo episódio da saga, temos Henry (Brenton Thwaites), filho de Will Turner (Orlando Bloom) e Elizabeth (Keira Knightley), que tenta encontrar uma solução para a maldição do pai e descobre que somente o tridente de Poseidon é capaz de acabar com as maldições do mar. Assim, ele sai em busca do objeto e, para isso, conta com a ajuda da jovem astrônoma Carina (Kaya Scodelario) e do eterno Jack Sparrow (Johnny Depp). O percurso, entretanto, não será fácil, uma vez que o vilão Salazar (Javier Bardem) pretende se vingar de Jack por uma derrota no passado.

No campo da atuação, o Capitão Sparrow – que se tornou peça chave nos filmes da franquia – infelizmente não conta com muita dedicação de seu intérprete Johnny Depp. Ele parece estar o tempo inteiro no modo automático, repetindo com desleixo as caretas características do personagem. Em compensação, as interpretações de Javier Barden como o raivoso Capitão Salazar e a de Geoffrey Rush como Barbosa, que atribui ao seu papel um tom de humanidade, funcionam bem e conseguem trazer as emoções necessárias ao enredo.

O novo arco romântico também não se mostra convincente. Apesar da tentativa dos diretores em reavivar algo parecido com o primeiro casal, Will e Elizabeth, os atuais não demonstram química em cena e sequer boas atuações. Mesmo assim, o fato de colocarem Carina como uma cientista pode ser visto como algo positivo, pois reflete uma tendência feminista nas produções hollywoodianas.

O ponto forte do filme, sem dúvida, são os efeitos visuais, que seguem o padrão dos filmes da Disney e fazem valer a ida ao cinema. Dessa forma, com esforço, “A Vingança de Salazar” acerta o tom e conquista uma aproximação com o primeiro filme da saga, e vale a pena a ida ao cinema, entregando para os fãs um bom fechamento para o arco dos protagonistas.